70379 MARIANA SECORUN INACIO

154

Adolescente, crack e o conflito com a lei
IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação
PUCRS

Mariana Secorun Inácio, Alfredo Cataldo Neto(orientador)
Programa de Pós Graduação em Ciências Criminais, Faculdade de Direito, PUCRS,

Surgem diariamente notícias tratando do envolvimento de adolescentes no consumo do crack. Tal droga vem retratada como um dos grandes vilões atuais, já que além de possuir grande capacidade de destruição, ela parece não possuir distinção entre as classes sociais, quebrando assim com as pré concepções ate então existentes.
Vê-se, ainda, que a grande parte da população envolvida no uso, abuso e dependência de tal substancia psicoativa trata-se de adolescentes, o que contribui para a manutenção da imagem negativa deste período do desenvolvimento humano e o crescimento do clamor por uma intervenção do direito para a contenção do problema.
O que não se observa é que o mal-estar dominante na sociedade já vem de varias décadas passadas, trazendo suas conseqüências nefastas por todas as parcelas da população. A sociedade ocidental assiste a uma dramática intensificação das práticas transnacionais, desde a internalização da economia à translocalização maciça de pessoas. Ainda, redes planetárias de informação e de comunicação levam à transnacionalização da lógica do consumismo originada destas transformações.
Juntamente com estas transformações, as idéias de meritocracia e autorealização, pregadas pelo próprio capitalismo tornam-se os atributos de cidadania.
Porém não somente a forma de medição do sucesso e forma de atingir a tão sonhada e prometida felicidade mudam, mas principalmente a sua limitação, ou melhor dizendo, essa medida de vida torna-se ilimitada. Nenhuma quantidade de consumo ou realização das sensações através de aquisições é considerada limitadora. Nesta nova construção de subjetividade, o “eu” assume proporções ate então nunca vistas.

IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2009

155

Concomitantemente, a sensação de