5x favela (1960 - 2010)
Os dois curtas se relacionam muito em relação as crianças das favelas no Rio de Janeiro, em ambos, elas não vão a escola e os dois diretores enfatizam o trabalho infantil, principalmente nas ruas da cidade. O furto e a necessidade de ganhar dinheiro são fatores principais na construção dos dois episódios.
Em questão física, as favelas são representadas de forma diferente, na primeira cena de Couro de Gato, um menino leva um balde de água na cabeça, o que mostra a falta de sistema hidráulico e qualquer tipo de saneamento básico, o que mesmo não o suficiente, evoluiu. As casas no filme antigo são feitas de barro, madeira e bambu, no mais recente, já é feita de concreto e tijolos, o morro, as escadas e ruelas estreitas estão presentes em ambas as representações.
Com o clima mais alegre, no curta de 2010, os dois meninos amigos, vão a procura de um trabalho para conseguir dinheiro para pagar um frango ao pai de um deles que se queixa de só comer feijão com arroz. Os dois percorrem a cidade e finalmente ganham cinco reais cada para limpar as fezes de um cavalo que foi deixada na rua, os dois, mais do que felizes com o dinheiro, são roubados por estudantes de um bairro de elite do Rio de Janeiro, a cena mostra a desigualdade social e também a inversão de papéis no estereótipo atual de que só “favelado” é bandido, decepcionados, os meninos fazem um plano para roubarem o frango da venda, que é concedido com sucesso. Já no curta de 1962, os meninos vão a procura de gatos para vender ao construtor de tamborins, a desigualdade é mostrada principalmente na cena em que o menino vai a uma casa de classe alta, onde ao contrário do Arroz com Feijão, é bem acolhido pela dona, que lhe serve uma bebida. O menino, de olho no gato, o pega nos braços e sai correndo, a mulher e seu motorista vão atrás dele e chegam no limite CIDADE-FAVELA, no qual ninguém, nem mesmo a polícia tem coragem de subir. A partir desses dois pontos, os meninos têm papéis