4ª habilidade- ANALISAR/ INTERPRETAR - Existem Crocodilos no mar
Poderia resumir o livro como sendo uma demonstração da realidade que gera em nós tanto sentimentos de revolta quanto de compaixão, mas que, principalmente, no leva a reflexão.
A história do Enaiatollah parece ficção, foge muito da realidade comum de um cidadão ocidental, no entanto é tragicamente muito comum para milhares de meninos ao redor do mundo.
Logo de início, o que nos deixa indignados é imaginar uma mãe que abandona um filho de dez anos em situação tão sofrível, ainda que seus motivos sejam nobres, o risco de algo ruim a esse garoto era muito grande.
O emocionante, por outro lado, é ver como esse garoto conseguiu permanecer íntegro, como ele se manteve cheio de esperança e nunca desistiu de seus sonhos. Ele poderia, por justo motivo, ter se colocado na posição de vítima, mas optou por vencer todos os obstáculos que poderiam surgir em seu caminho.
É um exemplo, uma lição de vida.
Sozinho, em terras estrangeiras, deixou a escola, as brincadeiras e, principalmente, sua infância ao se ver como o único responsável por si, por sua sobrevivência frente a todos os perigos inevitáveis e desconhecidos do caminho.
O livro, como narrativa, é bastante emocionante. É envolvente e tocante, mas é leve, suave. O relato é verídico e poderia ser muito angustiante, mas foi narrado de forma sensível, demonstrando o interesse do autor, a preocupação em ser fiel aos detalhes sem exagero, sem abusar dos fatos em si ou dos sentimentos do leitor.
No fim, temos a sensação de conhecer o protagonista, sofremos e torcemos por ele.
Ao terminar o livro pensamos em quantas pessoas a nossa volta enfrentam uma jornada dolorosa todos os dias, ou por algum motivo também deixaram sua infância para trás de forma rude e precoce. Talvez se parássemos para ouvir as histórias de cada um nos tornaríamos