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A (des)educação brasileira

Acontecimentos recentes – ou melhor, acontecimentos que querem que pensemos que sejam recentes – levantaram questões sobre a educação no Brasil, como a violência e o conseqüente descaso das autoridades. No entanto, não é de hoje, e muito menos de ontem, que fatores violentos assombram as escolas e todos aqueles que fazem parte delas.
Vivemos em um país onde os números falam mais alto que a percepção e bom senso do cidadão; onde o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é camuflado bienalmente; onde o professor passou de transmissor de conhecimentos para educador básico e cuidador de crianças, em média 30 ou 35 por aula, recebendo uma responsabilidade que não lhe pertence: a de educar, no sentido primordial de um dicionário qualquer. Nesse processo de formar cidadãos (porque a responsabilidade agora cai única e exclusivamente sobre o profissional da educação) exclui-se, quase que em sua totalidade, a participação familiar e política desse pré-cidadão; expõe-se pré-adolescentes, adolescentes e profissionais ao barbarismo e conquistas medievais, guerras travadas diariamente por um espaço na sociedade.
Fala-se constantemente da erradicação da miséria. Promovem-se projetos, distribuem-se benefícios e engana-se uma nação. Escondem atrás de algumas notas de real uma realidade que, aparentemente, é aceita por aqueles que são beneficiados. Esquece-se, porém, que uma nação necessita de muito mais que apenas algum dinheiro no bolso; que a promoção cidadã é galgada diariamente com muito esforço, suor e educação. Educação em seu mais amplo sentido, e tal amplitude estacionou nas costas daqueles que se propõem a enfrentar uma guerra munidos apenas de um pouco mais de conhecimento e boas intenções de transmiti-lo.
Nesse contexto, todos se prejudicam: educandos e educadores, filhos e pais, cidadãos e país. A espera por uma sacudida no processo educacional fica cada vez mais utópica. O reflexo de tudo isso será percebido por gerações das

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