4 anos

Eu estava sentada na parada perto do Parque do Imigrante, esperando o ônibus chegar e torcendo para não ser assaltada novamente. Não havia quase ninguém nas ruas as dez horas da noite de uma noite fria que dava dó, as únicas pessoas que haviam ali eram uma mulher vendendo cachorros-quentes um pouco mais a minha direita e um homem dentro de um carro fumando um cigarro. Eu estava escutando música em meus fones de ouvido, "De Todos Os Loucos Do Mundo" era a música que eu mais escutava nos últimos dias, a vamos dizer, que acabei me tornando fã da Clarice.

De repente, sinto um frio na barriga e alguém se senta ao meu lado. Me virei e o vi pela primeira vez. Um menino com olhos castanhos, cabelos pretos e um sorriso amigável - perfeito.

- Olá!- Ele disse sorrindo quando percebeu que eu havia ficado o encarando. Que vergonha!

- O-olá!- Ele riu quando me ouviu gaguejar.

- Prazer, Erick!- Ele estendeu a mão e eu a apertei. Ele estava quentinho. Ou eu estava muito gelada. Tanto faz.

- Prazer, Ana.- Sorrimos e começamos a conversar.

Conversamos sobre música, escola, família, interesses, sonhos, futuro, descobri que ele tinha 16 anos, bom, um ano mais velho que eu, tudo bem e que estava solteiro, hehe. Conversamos sobre tudo, e quando o ônibus finalmente chegou, parecia que nos conhecíamos faziam anos. Entramos no ônibus, não haviam muitas pessoas, ainda bem, e trocamos nossos números de celulares, twitters, facebooks... Ele desceu primeiro. Me deu um abraço apertado e disse "Até em breve!", eu sorri e retribui o abraço. Então ele partiu.

Cheguei tarde da noite em casa, ainda pensando naquele garoto da parada de ônibus. Que teria aproximadamente a mesma idade que eu, estaria solteiro, iria me adicionar no facebook e teria meu número de celular. Será que ele mandaria algum convite ou apenas uma mensagem sequer? Bom, isso eu não sabia, estava nervosa, porque esse menino causou isso em mim? Além do mais, ele é só um menino comum, não é?! Bom, enquanto muitas