300 de Esparta
Fato esse que despertou a irritação até do governo do Irã, país que é herdeiro direto da antiga Pérsia. Fato esse facilmente explicável, pois, o personagem interpretado pelo ator brasileiro Rodrigo Santoro foge desde o figurino às motivações políticas, o Xerxes da produção cinematográfica não tem quase nada a ver com a sua contraparte histórica.
Os exageros na vestimenta ou falta dela ficam pequenos diante da personalidade de Xerxes no filme. Ele se declara, por um exemplo, um deus – coisa que um rei persa de verdade provavelmente acharia um sacrilégio, já que a religião do antigo império era quase monoteísta. Os persas adoravam um deus supremo, Ahura Mazda, que não tinha nada de humano.
O Grande Rei em 300 também é um covarde que quase desmaia ao ver o próprio sangue. No mundo real, Xerxes deixou uma inscrição com os seguintes dizeres:
“Sou capaz nas mãos e nos pés. Como cavaleiro, sou um bom cavaleiro. Como arqueiro, sou um bom arqueiro, tanto a pé como a cavalo.” Por outro lado,300 acerta em mostrar que os reis persas tinham uma imagem megalomaníaca de seu papel no mundo. Outra das inscrições oficiais de Xerxes, por exemplo, diz o seguinte:
“Um grande deus é Ahura Mazda, que fez esta terra, que fez o homem, que fez a paz para o homem; que fez de Xerxes rei, um só rei de muitos, um só senhor de muitos.”
O Grande Rei não é o único a virar caricatura em “300”. Para ressaltar o heroísmo dos gregos da cidade de Esparta, que ousaram se opor às forças muito superiores do Império Persa, Miller os transforma num bando de kamikazes, que teriam