3 porquinhos
RESUMO
Maria Angélica Seabra Rodrigues
Martins
FAAC-Unesp-Bauru masrm@uol.com.br Os mitos surgiram entre os povos do passado, na tentativa de explicar fenômenos como o início e o fim do mundo, a sucessão das estações, forças da natureza, controladas por deuses que dispunham de poderes para governar essas questões, bem como as atitudes humanas, a vida e a morte. Ao contrário do que ocorria entre os monoteístas judeus, as deidades pagãs possuíam características comuns às dos mortais: eram vingativas, violentas, dominadoras, libidinosas, entre outros atributos. O homem grego criou os deuses à sua imagem e semelhança.
Como referência para as atitudes humanas surgiram os heróis e seus mitos, cujo papel era o de fornecer um modelo moral para o cidadão e agregar a polis. Hércules e Ulisses estão entre esses heróis, cujo percurso rumo à heroicidade envolve a obtenção de saberes de ordem social e emocional, de forma a constituírem padrões de virtudes.
O percurso de Ulisses ao longo de vinte anos, com o objetivo de adquirir os dons que sua protetora – a deusa Atena – deseja para ele, será analisado adotando-se como corpus o filme “A Odisséia”, dirigido por Andrei Konchalovsky e produzido por Francis
Ford Coppolla, em 1997, tendo Armand Assante no papel principal. Como referência para a análise dos acontecimentos que marcaram o percurso de Ulisses, alçando-o à condição de herói, serão adotados postulados da antropologia (Joseph Campbell, Mircea
Eliade, Jean-Pierre Vernant), da teoria literária (Flávio Kothe) e da semiótica greimasiana (Diana Luz Pessoa de Barros).
Este trabalho vincula-se ao uso do cinema em sala de aula, como proposta para despertar o senso crítico do aluno, levando-o à compreensão dos mitos como modelos primordiais e que se mantêm mesmo após o advento da filosofia especulativa na Grécia.
Palavras-Chave: mito, semiótica, antropologia
INTRODUÇÃO
As culturas dos diferentes povos sempre