3 parte do poema
“Há sem dúvida quem ame o infinito, / Há sem dúvida quem deseje o impossível, /Há sem dúvida quem não queira nada” (vv. 14 a 16) os que amam o infinito são aqueles que acreditam na filosofia e na religião; os que desejam o impossível são os ambiciosos; e os que não querem nada são os pessimistas e os humildes.
O poeta não se revê em nenhum destes ideais (“e eu nenhum deles” (v.17), achando-os mesmo incorretos. Os versos “Porque eu amo infinitamente o finito, / Porque eu desejo impossivelmente o possível, / Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, / Ou até se não puder ser...” (vv.18 a 21) mostram que o poeta se distancia dos idealistas e que ambiciona não apenas o sonho (o infinito e o impossível), mas também o finito e o possível. O sujeito não só ama infinitamente o finito, ou seja, quer a compreensão subtil do desconhecido mas também quer o paradoxo, inatingível, mas contínuo na sua loucura.
Relação entre o “eu” e os outros explicação dessa mesma relação;
O poeta refere-se a si próprio e aos “outros” sendo por isso utilizados deícticos pessoais de primeira pessoa (“mim” (v.1), “eu amo” (v.18), “eu desejo” (v.19), “quero” (v.20) e “mim” (v.26)) e de terceira pessoa (“deles” (v.17), “eles” (vv.23, 24 e 25)).
Neste poema o substantivo é muito valorizado e alguns dos articuladores discursivos presentes são “Nem” (relação de adição), “Porque” (causa) e “Para” (fim).
A quarta estrofe do poema funciona como uma espécie de conclusão. Para as outras pessoas (os que amam o infinito, os que desejam o impossível e os que nada querem) há algo que as faz viver e sonhar de forma equilibrada (“a média entre tudo e nada”). Para o sujeito é bem diferente pois o facto de não ser compreendido e de não atingir os seus desejos traduz-se num “supremíssimo cansaço/