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CONSIDERAÇÕES CONCEITUAIS E HISTÓRICAS SOBRE A TERCEIRA ONDA NO BRASIL1-* HÉLIO JOSÉ GUILHARDI Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento Campinas - SP Há várias maneiras de interpretar uma metáfora. Quando se evoca a expressão Terceira Onda eu prefiro interpretá-la como mais do mesmo. Explico! A Ciência não avança buscando diferenças. O conhecimento avança buscando regularidades, semelhanças... Formulando leis, enfim. “Ciência é a busca de ordem, de uniformidade, de relações entre os eventos na natureza sujeitas a leis.” (Skinner, 1953, p.13). O que há de comum entre as sucessivas ondas? Em que cada uma delas contribuiu para expandir o conhecimento prévio? Persistem, nesse processo sucessivo, os princípios filosóficos, metodologia de pesquisa, linguagem e conceitos fundamentais? Se a resposta for sim a todas as questões, então uma nova onda pode ser acolhida como sendo mais e melhor do mesmo. Caso as respostas sejam negativas, então se está arbitrariamente juntando óleo com água... Não se misturam, e não se complementam! Veremos, ao avançarmos no texto, que há, entre as características das ondas elementos comuns e diferentes, os quais precisam ser avaliados de forma mais confiável. É prematuro, para ser cauteloso, afirmar conclusivamente se há uma terceira onda ou outra onda. De qualquer maneira, quero alertá-los desde o inicio que o desenvolvimento das terapias comportamentais nos EUA e no Brasil não seguiu os mesmos percursos por razões históricas e culturais. Em suma, não foram processos semelhantes conforme procurarei expor nesta apresentação.
“Os últimos anos têm testemunhado o surgimento das assim chamadas terapias comportamentais de terceira onda, que inclui 2 : Acceptance and Commitment Therapy (ACT), Dialetical Behavior Therapy (DBT) e Functional Analytic Psychotherapy (FAP). Embora o termo terceira onda possa não ter sido adotado por todos, inclusive por proponentes das próprias terapias, há um senso entre muitos de que tais terapias