2a natureza em termos marxianos
2012
O trabalho visa discutir a questão da segunda natureza exposto nos textos de Lukács, Benjamin e Adorno.
O conceito de natureza presente nos textos não contém uma forma bucólica ou de valorização da ecologia, o natural não é o bom, nisso Adorno é bem claro “(...) o fato de se estar inclinado a tomar o antigo e original como o melhor por brotar puramente do mais íntimo da natureza humana; quando devia ser suficiente olhar para a existência miserável dos povos selvagens (...)” (Adorno, 1965).
A natureza é representada como relação social em Lukács e assume o sentido balizador para a segunda natureza “O homem da sociedade feudal não podia tomar consciência de si mesmo como ser social, porque suas relações sociais ainda tinham, sob muitos aspectos, um caráter natural”. A relação social natural assume o sentido de relação imutável, o natural é o atemporal aquilo que permeará para sempre a sociedade (Lukács, 2003).
A partir de Lukács observamos como as relações sociais naturais (imutáveis) são destruídas pelo capitalismo pela imposição da igualdade formal e a constituição da sociedade civil. Só é então, para o autor, com o capitalismo que “(...) o homem toma consciência de si mesmo como ser social, como simultaneamente sujeito e objeto do devir histórico e social (...)” (Lukács, 2003).
Sendo assim, a sociedade civil se constitui a partir da superação de uma realidade natural. A natureza opressora, a natureza que impele o homem a se socializar por destruir. No entanto, a partir da construção de uma sociedade na qual o humano pode se identificar como sujeito histórico, o senhor de si próprio, se desenvolve outra realidade opressora, a realidade do capital.
O capitalismo é um sistema construído pelo homem, mas escapa ao seu controle e torna-se opressor. A realidade da exploração pelo capital é, portanto, uma realidade histórica, as formas de trabalho e socialização imprimidos por esse sistema são datadas historicamente. Uma das grandes