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Jezler SFO, Santiago MB, Andrade TL, Araujo Neto C, Braga H, Cruz AA
Artigo Original
Comprometimento do interstício pulmonar em portadores de esclerose sistêmica progressiva. Estudo de uma série de 58 casos*
Interstitial lung disease in patients with progressive systemic sclerosis. A study of 58 cases
SERGIO FERNANDES DE OLIVEIRA JEZLER 1 , MITTERMAYER BARRETO SANTIAGO 2 ,
THAMINE LESSA ANDRADE 3 , CÉSAR ARAUJO NETO 4 , HELIO BRAGA 4 , ÁLVARO AUGUSTO CRUZ 5
RESUMO
Objetivo: Estimar a freqüência de doença intersticial pulmonar em um grupo de indivíduos com esclerose sistêmica progressiva e descrever suas características clínicas, funcionais e radiológicas. Métodos: Após confirmação diagnóstica, 58 pacientes com esclerose sistêmica progressiva foram estudados com tomografia computadorizada de alta resolução, provas de função pulmonar, bem como pesquisa do anti-Scl 70. Foram feitas comparações entre os pacientes com e sem comprometimento intersticial pulmonar e pesquisados possíveis fatores preditivos deste acometimento através de análise multivariada. Resultados: Do total, 51,7% apresentaram evidências de doença intersticial pulmonar na tomografia computadorizada de alta resolução. Dispnéia e tosse foram os sintomas mais relatados,
(65,5% e 39,7%, respectivamente). Bronquiolectasias e faveolamento foram as anormalidades tomográficas mais comuns (83,3% e
80,0% respectivamente). Quando comparados com os indivíduos sem doença intersticial pulmonar, os pacientes com este acometimento apresentaram freqüência semelhante de sintomas pulmonares e extrapulmonares, porém apresentaram esclerose sistêmica progressiva de maior duração, estertores crepitantes mais freqüentes, maior positividade de anti-Scl 70, e capacidade vital forçada e pulmonar total reduzidas. Somente uma capacidade vital forçada < 80% apresentou tendência a predizer presença de doença intersticial pulmonar. Conclusão: Doença intersticial pulmonar foi freqüente neste grupo com esclerose sistêmica