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O núcleo da filosofia de Platão é, sem dúvida, a reencarnação, a qual tem efeitos profundos sobre sua concepção educacional, embora inúmeros intérpretes de sua obra prefiram seguir uma vertente mais materialista e distante de qualquer conotação espiritual. Os dois aspectos pedagógicos mais significativos de sua obra só podem ser realmente compreendidos à luz da crença nas várias existências. Platão acredita que a educação deve ser direcionada à aquisição do conhecimento do Bem e da Verdade, e também que aprender é recordar
O filósofo preconiza uma formação básica consistente, a qual gradualmente vai atingindo estágios mais elevados, até culminar nas pesquisas filosóficas; a esta etapa só chegariam os seres particularmente talentosos. Platão denomina esta fase de educação preparatória; nela os alunos têm condições de aprimorar harmonicamente o espírito e o corpo.
Platão crê que o ensino deveria ser atributo do Estado, não das entidades privadas. Os professores seriam selecionados por Atenas e supervisionados por cidadãos revestidos de poderes judiciais, especificamente designados para atuar na esfera educacional. Ele ainda projetava um modelo pedagógico igual para homens e mulheres até que eles completassem seis anos de idade. Daí em diante estes aprendizes seriam divididos em classes e professores distintos.
A educação do cidadão, para o filósofo, teria uma duração de 50 anos. Dos 3 aos 6 anos, os infantes seriam formados através de atividades lúdicas, em recantos particularmente elaborados para eles. A instrução em si, porém, só teria início aos 7 anos, seguindo a prescrição da Paideia grega, a qual permitia que o aluno tivesse uma formação