2013
03 de maio de 2013 | 2h 05
Washington Novaes *
Em princípio, termina hoje em Bonn mais uma reunião da Convenção do Clima em que se tenta chegar a acordos para um compromisso, a ser assinado no ano que vem, no qual todos os países-membros, em princípio, assumirão compromissos obrigatórios a partir de 2020 para reduzir as emissões de gases poluentes que aumentam a temperatura da Terra e intensificam os desastres climáticos. Pode ser que a reunião se prolongue neste fim de semana, porque em discussões dessa natureza ninguém abre todo o jogo antes da última hora e isso obriga a penosas negociações finais.
O grupo dos países menos desenvolvidos aperta as cravelhas: "Precisamos chegar a um acordo já, não podemos continuar rodando em círculos, porque nesse ritmo a temperatura planetária poderá subir mais de 4 graus Celsius; nós somos e seremos os mais atingidos pelos desastres". O próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, faz coro (Bloomberg, 24/4): "Os recursos para energias renováveis e eficiência energética não são suficientes para evitar as calamidades; é preciso investir mais e mais rapidamente em novas tecnologias energéticas. Já são muito fortes as ameaças às economias dos países e à estabilidade do sistema financeiro. O relógio está correndo. Nós só temos um planeta e não há plano B". Christiana Figueres, secretária-geral da convenção, reforça: "Nenhum país está fazendo o suficiente".
Todos têm razão. Apesar das gravíssimas ameaças conhecidas, os investimentos em energias "limpas" no primeiro trimestre deste ano ficaram 22% abaixo dos que foram feitos em igual período do ano passado. Em 2012 o investimento global em renováveis já caíra 11%, para US$ 269 bilhões. E, segundo a ONU, é preciso investir anualmente pelo menos US$ 700 bilhões para atender à população de 8 bilhões de pessoas em 2030. As emissões de poluentes na Grã-Bretanha (Environment, 25/4) aumentaram, embora o país as atribua a mais produtos