201 821 1 PB
Tatiana Fernandes Sant’ana*
Liliane de Souza Almeida**
Resumo
A renda renascença, uma atividade que remonta ao início do século XVI, sobrevive às revoluções industriais e tecnológicas, mostrando-se, após anos, ainda como uma alternativa de renda, desempenhando, assim, importante papel no cenário socioeducacional e econômico da região do Cariri paraibano. Nesse contexto, optamos por estudar as rendeiras de renascença, que estão vinculadas à Associação dos Artesãos de Monteiro/PB (ASSOAM), tendo como principal objetivo apresentar as práticas orais e letradas desenvolvidas por essas artesãs. Para tanto, descrevemos a realidade socioeducacional e econômica destas artesãs, bem como diagnosticamos a importância do desenvolvimento das práticas orais e de letramento por elas realizadas, quanto à confecção das peças, tendo em vista que constatamos que as práticas orais são o principal meio de propagação e perpetuação desta arte, uma vez que grande parte das artesãs é analfabeta. Desenvolvemos este estudo a partir do método quantiqualitativo (OLIVEIRA, 2007), tendo como um dos aspectos relevantes a triangulação de dados, sendo utilizados a entrevista informal, o questionário e a observação participante (GARCEZ, 1998). Também fizemos uso da pesquisa de base etnográfica, por se ter um objeto bem delimitado – como, no nosso caso, o grupo social das rendeiras. E do ponto de vista da abordagem teórica, apoiamo-nos nas contribuições de Kleiman (1995), Marcuschi (2001), Tfouni (2001), Bezerra (1998), Nóbrega (2005), Fechine
(2005), entre outros.
Palavras-chave: Realidade socioeducacional. Práticas orais e letradas. Rendeiras da ASSOAM.
Introdução
“Não é fácil ser rendeira, principalmente quando você faz um trabalho como esse, que pode ser considerada uma artista.” (Fala de uma das rendeiras da ASSOAM)
A renda renascença, uma atividade que remonta ao início do século
XVI, mostra-se, após séculos,