2005. Exercício em pacientes com insuficiência cardíaca do dogma às evidências
RIO GRANDE DO SUL
REVISTA da
Artigo
EXERCÍCIO EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA:
DO DOGMA ÀS EVIDÊNCIAS
*, ***
Pedro Dal Lago, **Ricardo Stein, **Jorge Pinto Ribeiro
*Departamento de Ciências Fisiológicas da Fundação Faculdade Federal de Ciências
Médicas de Porto Alegre – FFFCMPA
**
Serviço de Cardiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Programa de Pós-Graduação em Cardiologia e
Ciências Cardiovasculares, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
***Curso de Fisioterapia do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE.
Endereço para correspondência:
Departamento de Ciências Fisiológicas da Fundação Faculdade Federal de
Ciências Médicas de Porto Alegre – FFFCMPA.
Rua Sarmento Leite, 245/302. CEP: 90050-170, Porto Alegre – RS. e-mail:dallago.voy@terra.com.br Introdução
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa que pode resultar de várias anormalidades estruturais e funcionais do coração, o que diminui a capacidade de enchimento ou de ejeção ventricular. As principais manifestações clínicas da IC são a fadiga e a dispnéia. Aproximadamente 50% dos pacientes com disfunção ventricular esquerda apresentam doença sintomática, sendo a inabilidade em executar atividades desejadas relacionada diretamente com sensação de dispnéia e/ou fadiga. Tal queixa inicial freqüente pode ser traduzida pelo conceito de intolerância ao exercício, situação que tende a evoluir com prejuízo progressivo na capacidade funcional.
Em uma época não muito distante, a intolerância à atividade física tão bem demonstrada em pacientes com insuficiência cardíaca era creditada apenas às conseqüências hemodinâmicas decorrentes de um quadro de disfunção sistólica e/ou diastólica do ventrículo esquerdo. A dispnéia de esforço era relacionada de modo específico com o aumento da pressão capilar pulmonar (chamada de insuficiência cardíaca retrógrada) e a fadiga parecia ser única