Geografia Agraria
Sobre a teoria dos sistemas econômicos não capitalistas. Na moderna teoria da economia nacional tornou-se costume pensar todos os fenômenos econômicos exclusivamente em termos de economia capitalista. Todos os princípios de nossa teoria-renda da terra, capital, preço e outras categorias, formaram-se dentro do marco de uma economia baseada no trabalho assalariado, que busca maximizar lucros. No que diz respeito à inegável dominância do capital financeiro e mercantil no comércio mundial e ao inegável papel que desempenha na organização atual da economia mundial, temos que aceitar essa última tese. Esta unidade tem motivações muito específicas para a atividade econômica, bem como uma concepção bastante específica de lucratividade. Sabemos que a maioria das explorações camponesas da Rússia, China, Índia e a maior parte dos Estados não europeus, desconhecem as categorias trabalho assalariado e salário. Os recentes sistemas de servidão na Rússia e escravidão nos Estados Unidos colocam a questão da aplicabilidade do pensamento econômico contemporâneo (capital, juros, renda econômica, salários). Os salários, como categoria econômica no sentido moderno da palavra, estão claramente ausentes dos sistemas acima mencionados; e o conteúdo teórico costumeiro de outras categorias de nossos sistemas econômicos desaparece juntamente com esta categoria, porque renda e juros, como construções teóricas, estão indissoluvelmente ligados à categoria salários. A escola histórica alemã tem sem dúvida o enorme mérito de ter escrito a respeito do passado econômico (sobretudo o romano-germânico e o da Antiguidade) e de ter revelado detalhadamente sua morfologia; mas mesmo uma descrição tão completa e exata como essa é incapaz de nos proporcionar uma teoria dos fatos econômicos descritos. Lamentamos que nem Aristóteles nem outros escritores antigos tenham nos deixado uma teoria econômica, tal como entendemos hoje essa palavra,