20 Maiores educadores
Adensamento urbano, crise da política, evolução tecnológica, derrocada da razão iluminista: como os pensadores do século XX podem ajudar os educadores de hoje a repensar o seu ofício
Rubem Barros (ilustrações de Artur Lopes)
"Se eu tivesse de resumir o século XX, diria que despertou as maiores esperanças já concebidas pela humanidade e destruiu todas as ilusões e ideais". Assim o violinista e regente americano de origem judaica Yehudi Menuhin, um dos doze nomes chamados pelo historiador Eric Hobsbawm a dar sua impressão sobre o século passado no capítulo de abertura de A Era dos Extremos, define o turbulento período.
Marcado por duas guerras mundiais e por transformações nas relações políticas, sociais e nas formas de produção econômica e intelectual, o "Breve Século XX", como o nomeia Hobsbawm, derrubou também muitas certezas com relação ao conhecimento. "Foi uma crise das crenças e supostos sobre os quais se apoiava a sociedade moderna desde que os Modernos ganharam sua famosa batalha contra os Antigos, no início do século XVIII, uma crise das teorias racionalistas e humanistas abraçadas tanto pelo capitalismo liberal como pelo comunismo(...)", escreve ele.
"E onde a educação entra nesse enredo?", perguntaria o professor, curioso por ver-se espelhado em meio a crise de tamanha importância. Num lugar de grande centralidade, se lembrarmos da missão de emancipação do indivíduo e equalização das oportunidades que a ela reservam os pensadores iluministas e pós-iluministas. Tanto é que diversos países investiram pesadamente na universalização do ensino entre a segunda metade do século XIX e o começo do XX. Argentina e Brasil são exemplos disso. Por estas plagas, a Proclamação da República, com forte inspiração positivista, foi um grande impulso para os ideais de escolarização da população.
Mais de um século depois desse processo, o ensino formal tal qual se pensava à época foi posto de cabeça para baixo, e a