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Parte III _ A experiência do espaço e do tempo
O tempo e o espaço são categorias básicas da existência humana e há a possibilidade de haver diferentes sentidos e formas de percepção do tempo e do espaço, conforme variam os grupos sociais e sua organização social, e não apenas uma única.
O autor defende uma perspectiva materialista – as concepções do tempo e do espaço são criadas necessariamente através de práticas e processos materiais que servem à reprodução da vida social. Cada modo distinto de produção ou formação social incorpora um agregado particular de práticas e conceitos de tempo e de espaço.
Como o capitalismo foi (e continua a ser) um modo de produção revolucionário em que as práticas e processos materiais de reprodução social se encontram em permanente mudança, segue-se que tanto as qualidades objetivas como os significados do tempo e do espaço também se modificam.
Objetivo do autor: mostrar a ligação entre o “pós-modernismo” e a transição do fordismo para modalidades mais flexíveis de acumulação do capital através das mediações de experiências espaciais e temporais. Tese central do livro: há uma relação entre formas culturais pós modernas, emergência de modos mais flexíveis de acumulação do capital e uma compressão do tempo-espaço.
O senso comum tende a considerar espaço e tempo como categorias de valor natural e universal. Na prática, o que se observa é uma variedade enorme nas formas de conceber tais categorias.
Percepção do tempo e do espaço também como um campo em disputa: sob a superfície de ideias do senso comum e aparentemente “naturais” acerca do tempo e do espaço, ocultam-se territórios de ambiguidade, de contradição e de luta.
Espaços e tempos individuais na vida social
As práticas materiais de que os nossos conceitos de espaço e de tempo advêm são tão variadas quanto a gama de experiências individuais e coletivas. A dinâmica do capitalismo promove o desenvolvimento contínuo e vertiginoso do