crises capitalistas
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HOTELARIA
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
ANA KARINE MARTINS PINHEIRO FRÓZ
CRISES CAPITALISTAS
São Luís,
2014.
CRISES CAPITALISTAS – Análise de seus determinantes e natureza.
A análise aprofundada das crises capitalistas, considerando-se seus determinantes e natureza perpassa pelo caráter essencialmente cíclico do processo de acumulação de capital. No mesmo sentido, necessário se faz o exame minucioso acerca dos elementos das crises no capitalismo, as quais ocorrem em virtude das próprias contradições do capitalismo contemporâneo1. A lógica da acumulação capitalista foi explanada pela teoria marxista no século XIX. Hobsbawn2 explica que o marxismo não constitui um plano político, como muitos teóricos marxistas levam a crer, e sim um caminho para entender o desenvolvimento capitalista. Nesse diapasão, a teoria marxista, amplamente desacreditada em meados do século XX, constitui, atualmente, um dos mais extensos referenciais analíticos dos elementos que originam as crises capitalistas. A Lei Geral da Acumulação Capitalista, descrita por Marx já no Livro Primeiro, demonstra que as crises são inerentes ao sistema capitalista na medida em que fazem parte do seu funcionamento normal, já que proporcionam um período de crescimento posteriormente à recessão3. Em consequência, a próxima crise sempre terá relação com a anterior e assim sucessivamente. Observa-se que as crises capitalistas possuem relação direta e indissociável com a lógica de funcionamento do capitalismo. Ressalta-se, por exemplo, a contradição entre o valor real e o valor de uso, característica que norteia os ideais capitalistas, que preceitua que o valor é autônomo em relação ao conteúdo material4. O processo de autonomização do valor relaciona-se ao fundamento primordial do sistema capitalista na visão de Marx: a mais-valia. A mais-valia é extraída do valor de uso da