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Segundo MOZZOTTA (2011), buscando na história da educação informações sobre o atendimento educacional das pessoas com deficiências, pode-se constatar que, até o século XVIII, as noções a respeito da deficiência eram basicamente ligadas a misticismo e ocultismo, não havendo base científica para o desenvolvimento de noções realísticas. O conceito das diferenças individuais não era compreendido ou avaliado. A falta de conhecimento sobre as deficiências em muito contribuiu para que as pessoas com deficiências fossem marginalizadas e ignoradas.
A própria religião, com toda sua força cultural, ao colocar o homem como “imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito, inculcava a idéia da condição humana como incluindo perfeição física e mental. E não sendo “parecidos com Deus”, os portadores de deficiências (ou imperfeições) eram postos à margem da condição humana. (MAZZOTA, 2011, p.16).
O movimento de educação especial no Brasil foi inspirado na Europa e na América do Norte. Sendo que as primeiras preocupações em relação à educação das pessoas com deficiência, no Brasil, foram na década de 1950 do século XIX e ganham força ao longo do século XX, influenciadas por estudiosos europeus e norte-americanos, podendo ser divididas em dois períodos significativos, no âmbito da pesquisa histórica. O primeiro período estende-se de 1854 a 1956 e é considerado como um momento marcado pelas iniciativas oficiais e particulares isoladas, refletindo o interesse e a ação de alguns poucos educadores.
Este primeiro momento é definido pela instituição dos primeiros decretos e pelo aparecimento dos institutos especializados em cegueira e surdo-mudez do Império, ainda na segunda metade do século XIX, como evidencia a realização do primeiro Congresso de Instrução Pública em 1883. Esse congresso teve como objetivo a sugestão de um currículo específico para os cegos e surdos, bem como a formação de professores para atender esse público. Tais fatos