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RACIONALIDADE COMUNICATIVA E MODERNIDADE
Xavier Herrero
A sociedade moderna avança a passos de gigante. Desde que a máquina foi introduzida como esfera intermediária entre os homens e a natureza, a humanidade passou a conhecer não uma mas sucessivas revoluções industriais. A produção industriai e a racionalização do trabalho avançam num processo cada vez maior de abstração que vai' desde o trabalho de homens transformados em objetos técnicos até a possibilidade pós-industrial do sistema tecnológico controlar o homem. Estamos entrando na era da informática ou da terceira revolução industrial que estende a inovação tecnológica aos campos da robótica, telemática e burótica(l).
É neste contexto que, mais uma vez se coloca para a filosofia a tarefa de "pensar o que é", não com uma finalidade puramente teórica, mas como compreensão, ao mesmo tempo, das possibilidades que a realidade mesma contém na perspectiva de uma libertação. A compreensão, estendendo-se até o possível, abre um espaço à crítica, superando assim o mero discurso hermenêutico. Esta dimensão crítica, contendo então, ao mesmo tempo, o princípio do conhecimento e da ação, funda a perspectiva que visa a transoformar o real.
E neste sentido que se situa a grande obra de Habermas "Teoria da ação comunicativa" (2). Retomando os principais estudos anteriores, ele projeta uma teoria da modernidade em grande escala, na forma de uma teoria da ação comunicativa, i.é, Habermas empreende uma análise das estruturas racionais da ação capaz de explicar, ao mesmo tempo, as deformações patológicas que caracterizam a modernidade.
No que segue vou tratar de apresentar como Habermas, a partir da racionalidade comunicativa, oferece um instrumental conceptual capaz de compreender a sociedade atual, de criticá-la e de abrir novos
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caminhos para a sua práxis transformadora. Verei, em primeiro lugar, a insuficiência de certas tentativas de interpretação da sociedade contemporânea, tais como