1840
Setembro de 1840
Londres – Reino Unido A multidão enchia o grande salão principal do castelo, as belas roupas de gala brilhavam a ouro na noite, a música clássica animava os corações dançantes daqueles que, por condenação eterna, permaneciam vivos por longos anos e se alimentavam do sangue e energia de seres mais fracos. O homem de aparência jovial, porém sábia sentava-se em um trono de luxo alguns degraus acima da onde ocorria o baile, seu olhar era de puro tédio misturado com preocupações do cargo que carregava pesadamente em seus ombros já faziam alguns séculos, os seguidos bocejos mostravam claramente seu desagrado ao que acontecia ali, mas era seu dever, era sua obrigação estar ali, vendo aquelas pessoas, mostrando a elas que estavam seguras quando na verdade, o que ocorria do castelo para fora era tenebroso e ameaçador até para ele.
- Meu Senhor? O seu pronunciamento vai começar... – Um rapaz mais novo se aproximou com cautela do outro, que apenas suspirou e concordou com a cabeça. O jovem se levantou e a música cessou fazendo com que todos olhassem sua figura magra e desajeitada dar alguns passos para longe do trono e o aplaudissem. Misturada na multidão uma jovem observava-o de longe, seus olhos se encontraram e ela apenas sorriu motivando-o a começar seu discurso. Seus olhos eram extremamente verdes, sua pele clara entrava em contraste com o vivo castanho dos seus cabelos, que caiam em seu ombro nu em uma bela trança.
- Meu povo, minha família. A noite de hoje é muito importante para nós, significa um novo começo, um começo de paz e vitória, um recomeço para nós. Somos uma raça diferenciada dos outros seres, temos a benção de viver eternamente e nos misturamos entre os mortais normalmente, sem temê-los ou eles nos temer. Agora venho perguntar a cada um, nossos antepassados teriam orgulho do que nos tornamos hoje? De onde estamos e do que nos diferenciamos deles? Nossas imagens refletem em espelhos, nossa pele não queima no sol, mas e