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Juliana S. Lima, Mônica C.C. da Guarda, Libânio M. Pinheiro
25 novembro 2003
TORÇÃO
1. GENERALIDADES
O fenômeno da torção em vigas vem sendo estudado há algum tempo, com base nos conceitos fundamentais da Resistência dos Materiais e da Teoria da
Elasticidade. Vários pesquisadores já se dedicaram à compreensão dos tipos de torção, à análise da distribuição das tensões cisalhantes em cada um deles, e, finalmente, à proposição de verificações que permitam estimar resistências para as peças e impedir sua ruína.
Apesar dos primeiros estudos sobre torção serem atribuídos a Coulomb, as contribuições de Saint-Venant (aplicação da torção livre em seção qualquer) e
Prandlt (utilização da analogia de membrana) é que impulsionaram a solução para o problema da torção. No caso específico de análise de peças de concreto, foi a partir de Bredt (teoria dos tubos de paredes finas) que o fluxo das tensões foi compreendido. Na parte experimental, podem-se destacar os estudos de Mörsch,
Thürlimann e Lampert, fundamentais para o conhecimento do comportamento mecânico de vigas submetidas à torção.
Em geral, os estudos sobre torção desconsideram a restrição ao empenamento, como nas hipóteses de Saint-Venant, mas, na prática, as próprias regiões de apoio (pilares ou outras vigas) tornam praticamente impossível o livre empenamento. Como conseqüência, surgem tensões normais (de coação) no eixo da peça e há uma certa redução da tensão cisalhante. Esse efeito pode ser desconsiderado no dimensionamento das seções mais usuais de concreto armado
(perfis maciços ou fechados, nos quais a rigidez à torção é alta), uma vez que as tensões de coação tendem a cair bastante com a fissuração da peça e o restante passa a ser resistido apenas pelas armaduras mínimas. Assim, os princípios básicos de dimensionamento propostos para a torção clássica de Saint-Venant continuam adequados, com uma certa aproximação, para várias situações práticas. No caso de seções delgadas,