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E. A. Sampaio da Cruz/ J. R. Lugon - Revisão/Atualização em Diálise
Revisão/Atualização em Diálise: Prevenção e tratamento da osteodistrofia renal
Elisa de Albuquerque Sampaio da Cruz, Jocemir Ronaldo Lugon
Disciplina de Nefrologia - Hospital Universitário Antonio Pedro
Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro
Endereço para correspondência: Dra. Elisa de A. Sampaio da Cruz
Rua Visconde de Morais, 126/802, Ingá
CEP 24210-140 - Niterói, RJ
Tel.: (021) 620-3411 Fax: (021) 717-4459
Introdução
Nos últimos 30 anos, um crescente número de pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) tem sobrevivido graças à utilização regular de métodos dialíticos. Desde que a diálise corrige apenas alguns dos distúrbios metabólicos da uremia, estes pacientes, a longo prazo, freqüentemente evoluem com diversas complicações clínicas. 1 A osteodistrofia renal (ODR), pela sua freqüência e morbidade, vem ocupando um lugar de destaque entre essas entidades clínicopatológicas.
Os mecanismos envolvidos na patogenia da ODR são multifatoriais e, por vezes, controversos. 1,2,3 Hipocalcemia, retenção de fosfato, reduzida produção de
1,25(OH) 2D 3, resistência periférica à ação do PTH e da vitamina D, e intoxicação pelo alumínio dentre outros, são mecanismos sabidamente envolvidos nesta doença.
Recentemente, várias substâncias tais como citocinas e seus receptores solúveis, ou antagonistas circulantes e fatores de crescimento têm sido também implicados como participantes na fisiopatogenia da ODR. 4
O diagnóstico específico do tipo de doença óssea associado à uremia pode, algumas vezes, ser sugerido por métodos não invasivos. Os estudos radiológicos e a cintilografia óssea, a dosagem do PTH molécula intacta e da fosfatase alcalina e a dosagem do alumínio sérico
(basal e após o teste com desferoxamina), contudo, nem sempre conduzem a um diagnóstico correto. 5,6,7 A biópsia óssea após dupla marcação com tetraciclina
continua a ser o