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4856 palavras
20 páginas
Experiência Sublime e Emoção EstéticaPIERRE WEIL '"
Sumário: I. Experiência sui-gelleris. 2. Definição do têrtno ellloção estética. 3. Análise científica da emoção estética.
4. Psiquiatria. 'í. Psicologia fisiológica. 6. Psicologia experimental e geral. 7. ..\ emoção estética em psicologia social.
8. Experiência sublime em psicoterapia. 9. Natureza da experiência sublime. 10. Repressão da emo~'ão estética na nossa cultura. Conclusões. Bihliografia.
I.
Experiência sui-generis
Muitas pessoas já passaram por uma expenencia pessoal que lhes terá ocorrido de modo repentino. Diante de um pôr-de-sol maravilhoso, ao ouvir uma sinfonia, ao admirar uma pintura, ao ler um poema, ao assistir a uma peça de teatro, ao passear num jardim ou numa floresta, ao tomar uma criança nos braços, ao criar ou descobrir algo de nôvo, num encontro amoroso, cada uma dessas pessoas terá sentido que algo de importante dentro dela se deu. Algo que poderia relacionar-se com uma das seguintes características, entre outras: pureza, grandeza, perfeição, verdade, universalidade, magnitude, beleza ...
Nesses casos, fisicamente nos sentimos transportados, leves, de repente aliviados de tôda e qualquer tensão psicossomática, embora o corpo esteja submetido a uma série de sensações e modificações: arrepios, lágrimas nos olhos, relaxamento muscular conseqüente a um sentimento de plenimde, de paz interior, de tranqüilidade espiritual, de segurança, equilíbrio, e porque escondê-lo, de maturidade. Vários nomes se têm dado a essa experiência sui-generis. Os poetas a têm declamado desde os primórdios da cultura humana; os filósofos estão ainda a se digladiarem para encontrar uma explicação plausível; as religiões têm encontrado nela o testemunho da existência de uma entidade suprema, pelo que procuram provocar essa emoção durante os seus ritos, visando a transformá-la em êxtase místico; a arte e a música só têm valor real quando são capazes de provocá-la; mais recentemente, como se um pano estivesse se