15 Descri o e classifica o das nuvens
Desde as mais antigas sociedades humanas, o tempo exerceu um papel preponderante em uma grande diversidade de atividades, a saber a agricultura e na prática de navegação. Nesse sentido, as nuvens constituem a primeira manifestação visível das condições meteorológicas, apresentando-se em formas que prenunciam ausência de chuvas nas próximas horas ou estados mais severos, como tempestades, e elementos associados (granizo, raios, fortes ventos).
A princípio, as nuvens eram consideradas estados mutveis demais para serem classificadas, mas no incio do sculo XIX foram colocadas em bases sistemáticas, mais condizentes com os métodos científicos que se estabeleciam, assim como muitos outros objetos de estudo das ciências naturais. Os pioneiros nesse trabalho foram o químico e farmacêutico inglês Luke Howard (1772-1864) e o cientista francês Jean-Baptiste Lamarck, que viveram entre os sculos XVIII e XIX. Howard argumentava que, mesmo sendo as nuvens estados consideravelmente mutáveis, eram governadas pelos mesmos mecanismos distintos que respondem pelas demais manifestações atmosféricas e seria então de grande valia para os meteorologistas a instituição de uma classificação sistemática das nuvens. Esse ponto de vista foi lançado pela primeira vez em seu artigo "On the modification of clouds", onde cita os termos designativos hoje aplicados s nuvens. Lamarck tambm cunhou um sistema de classificação baseado em aspectos gerais, mas não ganhou uma aceitação tão generalizada quanto a nomenclatura de Howard, em que termos latinos são aplicados a cada um dos gêneros, moda da nomenclatura binomial dos seres vivos, pelo taxonomista Carl von Linn (Lineu).
A nomenclatura hoje aplicada às nuvens oficializou-se em uma conferência internacional de 1891, com base no sistema de Howard, consistemente elaborado durante o século XIX pelo meteorologista sueco Hugo Hildebrand Hildebranddson e pelo meteorologista inglês Ralph Abercromby. No atual sistema de