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O trabalho realizado pelo homem visa alterar o estado natural dos materiais na natureza e melhorar sua utilidade. O operário pensa, idealiza e produz. O resultado final provém da sua imaginação. Para Bravermann, o homem imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira. Conclui-se que sempre o homem tem um propósito, muito além do simples instinto.
O trabalho humano é, pois consciente e proposital. Além disso, pode-se entender o trabalho como um gasto de natureza física e mental pelo homem, de natureza física pelos animais e mecânico pelas máquinas. Esse trabalho tem por objetivo a produção dos próprios bens e serviços utilitários e necessários à manutenção e perpetuação da espécie humana. O trabalho exige, portanto, a atuação ou o efeito de determinado esforço, realizado pelo homem. Um trabalhador pode conceber uma idéia e outro executá-la. Daí a diferença entre trabalho de concepção e trabalho de execução.
A força de trabalho é a capacidade humana de executar o trabalho. Na empresa moderna ela assume formas sob as relações capitalistas de produção, ou seja, é tida como mais uma mercadoria que é comprada e vendida, numa relação entre o trabalhador – detentor da força de trabalho – e o empregador – detentor do capital. Desta forma, o trabalhador é separado dos meios de produção. Sem os meios de produção, ele é obrigado a vender sua força de trabalho para outros.
A importância do trabalho vai muito além das necessidades do capital, pois envolve também as necessidades humanas individuais. Através do seu trabalho, o homem não apenas produz bens individuais e coletivos, os quais promovem o desenvolvimento pessoal, familiar e de uma nação, mas também passa a desempenhar influência plena sobre o indivíduo e sua relação com o meio em que vive. É a relação de compra e venda da força de trabalho a responsável pela estruturação do nível sócio-pessoal do trabalhador, determinando seus rendimentos, maneiras de diversão, horários