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Marcos DEL ROIO1
Vinício C. MARTINEZ2
RESUMO: O artigo traz algumas relações/semelhanças entre Hamlet, de
Shakespeare, e O Príncipe de Maquiavel. Portanto, pela “perspectiva” da Razão de
Estado e não pela versão reducionista do “maquiavelismo” (maniqueísmo político), também podemos observar uma teoria política em Shakespeare.
PALAVRAS-CHAVE: Maquiavel. Príncipe. Virtù. Hamlet. Astúcia.
Louco, como se o mar e o vento em luta
Quisessem disputar qual o mais forte.
William Shakespeare (2004).
O artigo quer assinalar algumas relações/semelhanças entre o Hamlet de
Shakespeare e O Príncipe de Maquiavel. Não se trata de trabalho pronto e acabado, mas de início, de uma sinalização possível de correlação. Assim, iniciando-se pela
“perspectiva” da Razão de Estado e não pela ótica reducionista do “maquiavelismo”
(que é, em suma, um maniqueísmo político), temos uma teoria política em
Shakespeare. Afinal, Hamlet, o pai, quando foi assassinado pelo irmão, por causa do trono (... e da cunhada?) seria vingado por Hamlet, o filho, que se passaria por louco (a idéia da astúcia) para enfrentar a “força” do tio.
Como dizia Vico (1999, p.233), acompanhado de Maquiavel, “homens de virtù” são fundadores de Estado:
[...] já porque Rômulo era conhecido como rei de Alba, e porque tal mãe fora demasiadamente iníqua para produzir somente homens, tanto que precisaram
1
UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Filosofia e Ciências – Departamento de
Ciências Políticas e Econômicas. Marília – SP – Brasil. 17525-900. – delroio@terra.com.br
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Doutor em Educação – FEUSP, professor substituto da UNESP/Marília, 2008, é Doutorando em Ciências
Sociais/UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Filosofia e Ciências – Pós-Graduação em Ciências Sociais. Marília – SP – Brasil. 17525-900 – vicama@uol.com.br
Estudos de Sociologia, Araraquara, v.13, n.25, p.77-89, 2008
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Marcos Del Roio e Vinício C. Martinez raptar as sabinas para ter mulheres. Por isso,