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DE MERCADO ABERTO E FIM
DA ZERAGEM AUTOMÁTICA:
UMA AVALIAÇÁO PRELIMINAR*
Luiz Fernando de Paula**
Rogério Sobreira***
1 - Introdução o segundo semestre de 1995 destacou-se pelas significativas modificações que ocorreram no funcionamento do mercado financeiro, de forma geral, e nas operações de mercado aberto, de modo específico. De um lado, observou-se a adoção de uma série de medidas por parte das autoridades monetárias criando novos fundos de investimento e extinguindo paulatinamente os existentes, com o objetivo de alongar o prazo médio das aplicações financeiras dos agentes. De outro, o Banco Central (Bacen) alterou, em fins de setembro, sua forma de atuar nas operações de mercado aberto, deixando de realizar os go-arounds diários de recursos e passando a efetuá-los de forma episódica. Com isso, foi reduzido o grau de discricionariedade do Bacen na determinação da taxa de juros básica do mercado, instituindo o que ficou conhecido como "banda informal de juros", sistema pelo qual o Bacen procura manter a taxa de juros dentro de um certo intervalo por ele estipulado.
o presente texto é parte da pesquisa pelo projeto de Estudos da Moeda e Sistemas
Financeiros, no Instituto de Economia da UFRJ, sob a coordenação geral do Professor
Fernando Cardim de Can/alho, que conta com o apoio financeiro do CNPq. A responsabilidade por eventuais erros e omissões cometidos é dos autores.
Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Professor das Faculdades Integradas Cândido Mendes.
Essas duas modificações, contudo, não podem ser vistas de forma isolada, ou seja, a alteração no modus operandi do mercado aberto, com o fim da zeragem automática, está diretamente relacionada à mudança nos fundos de investimento. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar as recentes alterações nas operações de mercado aberto e suas implicações sobre o manejo da política monetária e sobre o comportamento do sistema financeiro como um todo. Para