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Nossos pensamentos nos fazem crer que as coisas novas nos trazem riscos, mas não podem ser negadas, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o tempo. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou mar a uma presença no tempo continua novo. Faz parte do pensar a rejeição a discriminação, seja ela de raça, classe ou gênero. Tão longe da democracia estão aqueles que matam crianças, que discriminam os negros ou que inferiorizam as mulheres. Pensar e fazer errado, pelo visto, não têm mesmo nada que ver com a humildade que o pensar certo exige ou com o bom-senso que regula nossos exageros e evita a nossa ida até o ridículo. Freire destaca que ensinar a pensar certo não é uma experiência em que ele – o pensar certo – é tomado em si mesmo e dele se fala ou uma prática que puramente se descreve, mas algo que se faz e que se vive enquanto dele se fala com a força do testemunho. Pensar certo não é o de quem se isola ou se “aconchega” a si mesmo na solidão, mas um ato comunicante. Todo entendimento, se não se acha “trabalhado” mecanicistamente, se não vem sendo submetido aos cuidados alienadores de um tipo especial e cada vez mais ameaçadoramente chamado “burocratizada”, implica, necessariamente, comunicabilidade.A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar, oferecer, doar ao outro, tomado como paciente de seu pensar, a inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos. O pensar certo, por isso, é dialógico e não polêmico.
Os conteúdos devem ser os mais claros e assimiláveis possíveis lembrando-se do primeiro saber: ensinar não é transmitir conhecimento, nem tampouco amoldar o educando num corpo indeciso e acomodado, mas criar as possibilidades para sua produção ou construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. 1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
A prática docente quando