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Existente durante a República Velha, a Política dos Governadores foi um pacto em que o Governo Federal ligava-se ao governo dos estados e estes aos coronéis para garantir o acesso aos cargos de poder somente aos desejados. Desta forma era formada a bancada na Assembléia Legislativa sem que houvesse qualquer tipo de oposição ao Governo Federal.
Com o fim da Monarquia e o início do período republicano era preciso se estabelecer as formas de atuação dos estados, que se organizavam segundos suas elites locais. Para dar uma moldura a essa estrutura muito fragmentada e conseguir desenvolver métodos de controle do poder, o presidente Campos Sales empenhou-se na tarefa de resolver a situação, resultando em uma organização que permitia o controle desde o âmbito local até o federal.
Quem exercia de fato o poder local e regional no início da história republicana brasileira eram os coronéis. Estes eram os grandes proprietários de terra ou os comerciantes enriquecidos que exerciam seu poder sobre a grande camada da população composta de trabalhadores carentes e analfabetos. Na ocasião das eleições ocorria o que era chamado de Voto de Cabresto. Naquele momento o voto não era algo secreto e acabava que na prática também não resultava em algo livre, eram os coronéis, que em acordo com os governadores, decidiam em quem seus comandados iriam votar.
Desta forma havia o completo controle do curral eleitoral, sendo que a via autoritária dos coronéis estava ligada ao fator violência, causando medo nos trabalhadores ou a preocupação de perderem suas fontes de sustento.
Os coronéis exerciam o seu poder e faziam seus acordos com os governadores em troco de mais poder e prestígio. Os governadores, por sua vez, ao apoiarem os coronéis em seus poderes locais ganhavam em troco a eleição do candidato