06 2005 Forma O Gramame
Revista de Geologia, Vol. 18, nº 1, 61-68, 2005 www.revistadegeologia.ufc.br Marco estratigráfico nos arenitos calcíferos (Formação Itamaraca) do
Campaniano da bacia Paraíba à luz da estratigrafia de seqüências
Ebenézer Moreno de Souzaa & Mário de Lima Filhob
Recebido em 26 de fevereiro de 2004 / Aceito em 23 de agosto de 2004
Resumo
Na Bacia Paraíba, entre as formações Beberibe e Gramame, foi determinado um marco radioativo através de raios-gama bem caracterizados em furos de sondagens acompanhados de perfilagem gama.
Essa anomalia corresponde a uma rica camada de fosfato (Formação Itamaracá) e permite estabelecer correlações a distâncias superiores a 50 km, sendo causada pelo urânio que se encontra associado ao fosforito. À luz da Estratigrafia de Seqüências, essa camada de fosforito uranífero estaria geneticamente relacionada ao topo de uma fase transgressiva na bacia, representando uma Superfície de Inundação
Máxima da seqüência. Foi estabelecido também o significado cronoestratigráfico e ambiental dessa camada de fosforito uranífero juntamente com os arenitos calcíferos que lhes são associados, agrupandoos na Formação Itamaracá, redefinindo-a no sentido original de Kegel (1953). Neste trabalho interpretouse o fosforito como o topo de um Trato de Sistema Transgressivo (TST), o que parece mais correto para a explicação da evolução da bacia dentro do modelo de estratigrafia genética.
Palavras-Chaves: Bacia Paraíba, Formação Itamaracá, fosfato, fosforito, urânio, marco estratigráfico, perfilagem gama
Abstract
In the Paraíba Basin, between the Beberibe and Gramame formations, a radioactive landmark was determined through gamma ray profiling in survey wells. This anomaly, a result of uraniumphosphorite association, corresponds to a rich phosphate layer (Itamaracá Formation) and allows the establishment of correlations up to 50 km away. In the light of Sequence Stratigraphy, this uraniumphosphate layer should be genetically related to the summit of the basin’s