006 2008 01
*Profª. Jussara Bittencourt de Sá
**Prof. Liomar Vanderlan Fernandes
Resumo
Este artigo apresenta algumas reflexões sobre o romance Desmundo, de Ana Miranda e possíveis articulações com outras obras. Destaca-se a maneira peculiar como narrativa anuncia a trajetória de órfãs portuguesas que vêm para o Brasil para se casar e povoar o mundo novo. Ressalta-se como Oribela, a personagem-narradora, ao tentar nos sinalizar as cores e as formas que compõem seu Desmundo, consegue instaurar a dúvida de se estar lendo um diário, uma confissão, ou a própria celebração de um espetáculo de melancolia do corpo e da alma humana. Procura-se evidenciar o desejo e o interdito como elementos promovedores de reflexões e de intertextualidade como outras narrativas/obras.
Palavras-chave: Desejo, Interditos, Intertextualidades
Abstract
This article shows some reflections about the novel Desmundo, by Ana Miranda and possible articulations with another works. It is distinguished by its peculiar way as a narrative that announces the trajectory of Portuguese orphans who come to Brazil in order to be married and to populate the new world. The character-narrator appears as Oribela, when trying to signal us the colors and the shapes that compose her Desmundo. She is able to establish the doubt of one to be reading a newspaper, a confession, or the proper celebration of a melancholy spectacle of the human body and soul. This article attempts to evidence the desire and the interdict as generating elements of reflections and intertextualities as other narratives/works.
Key-words: Desire, Interdict, Intertextualities.
O romance Desmundo, da escritora Ana Miranda, publicado em 1996, foi para as telas de cinema em 20031. O trabalho de Alain Fresnot consagrou, assim, mais uma obra literária em filme, chamando a atenção não só dos leitores da escritora, mas também dos amantes da sétima arte.
Em seu texto, Ana Miranda