Islam

grande parte dos especialistas sobre o mundo muçulmano busca entender o seu significado ao longo de seu processo histórico propondo definições constituídas a partir de diferentes ênfases, tais como: - a ênfase no caráter religioso dos movimentos fundamentalistas, como o faz Karen Armstrong ao afirmar que eles têm uma “devoção militante” (2001: 9); - a ênfase no caráter político, como o faz Fred Halliday (2002: 38), ao dizer que o fundamentalismo é um movimento social e político de busca pelo poder e não de conversão; - a ênfase, embora muito mais próxima do caráter político, também no religioso, como faz Peter Demant (2004: 201) ao afirmar: “o islamismo é uma ideologia política antimoderna, antissecuralista e antiocidental, cujo projeto é converter o indivíduo para que se torne um muçulmano religioso observante”. 20 - a ênfase no caráter político e no cultural, como Emmanuel Sivan (1985: 3) que define: o reavivar islâmico “embora tenha, sem dúvida, uma acentuada margem política (...) é primeiramente um fenômeno cultural”4. - por último, a ênfase no caráter moderno, como Olivier Roy (2004: 19), que caracteriza a islamização como sendo um pouco de reação à (e um fator de) modernização e expressão da globalização e da ocidentalização do mundo muçulmano. A reislamização parece ser parte do processo de aculturação, muito mais do que uma reação contra ela (Roy, 2004: 23), em relação à qual os fundamentalistas muçulmanos listam um leque de “queixas”…