Reflexões acerca de O Espectador Emancipado

O lugar e a forma do espectador emancipado dentro da atual sociedade de cultura de massa Em uma sociedade onde os artistas estão cada vez menos artistas e as pessoas menos pessoas, já não se sabe pra onde buscar auxílio quando há necessidade de se substanciar ou pensar na vida, e neste contexto onde deveria surgir a arte como auxiliadora, a vemos fugir cada vez mais do nosso alcance; em uma sociedade de cultura e arte em massa, vemos a desindividuação e desumanização da arte, e com um artista que já se perde nesse cenário podemos imaginar o que se sucede ao espectador, ao receptor, ou talvez atualmente, ao consumidor. Jacques Rancière discorre em seu livro "O espectador emancipado" sobre a necessidade ou não do teatro, suas mudanças, mas principalmente sobre a mudança tanto da situação quanto ponto de vista do tratamento do espectador teatral; após justificativas com relação a criação do livro, Rancière reclama proposições de diferentes teatrólogos, estudiosos e inclusive filósofos sobre a questão deste espectador, enquanto alguns relatam sobre o mal que o teatro causa às pessoas, outros discorrem quanto a relação de passividade, de incapacidade, de neutralidade, de não-interferência, de mero consumo ou de atuação do espectador; após muitas discorrer chega o impasse se o espectador atual é emancipado ou não, tendo-se como "espectador emancipado" uma ideia de um espectador que afeta e se deixa afetar, altera o meio, interfere na ação de algum modo - físico ou…

RANCIÈRE, J. O espectador emancipado. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012. [...] Esse paradoxo é simples de formular: não há teatro sem espectador. Ora, como dizem os acusadores, é um mal ser espectador, por duas razões. Primeiramente, olhar é o contrário de conhecer. O espectador mantém diante de uma aparência ignorando o processo de produção dessa aparência ou a realidade por ela encoberta. Em segundo lugar, e o contrario de agir. O espectador fica imóvel em seu lugar,…

O espectador no centro do palco de Jacques Rancière TIAGO BARTOLOMEU COSTA 10/11/2010 ­ 00:00 (actualizado às 00:00 de 16/11/2010) "O Espectador Emancipado", de Jacques Rancière, analisa sem condescendências a nossa relação com a arte e os sentidos que ela produz. Cinco ensaios em que o filósofo francês lembra que a responsabilidade de tornar essa aventura produtiva é do espectador No início está sempre "a aventura do pensamento". É assim que o filósofo e ensaísta francês Jacques…

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO CRIANDO ESPECTADORES EMANCIPADOS Arlindo Nascimento Rocha1. “Há dentro deste processo que é a representação teatral, dentro desse acontecimento de múltiplos personagens, um personagem chave mesmo que não apareça em cena e pareça nada produzir: O espectador. Ele é o destinatário do discurso verbal e cênico, o receptor dentro do processo de comunicação, o rei da festa; mas ele é também o sujeito de um fazer, o artesão de uma prática que se…

O Espectador Emancipado", de Jacques Rancière, analisa sem condescendências a nossa relação com a arte e os sentidos que ela produz. Cinco ensaios em que o filósofo francês lembra que a responsabilidade de tornar essa aventura produtiva é do espectador No início está sempre "a aventura do pensamento". É assim que o filósofo e ensaísta francês Jacques Ranciére nos explica o impulso que o leva a escrever. E o impulso que deveria estar na base do modo como olhamos para as obras…

transformações. A constituição de comunidades de apropriação e as relações de consumo cultural, entre autor e espectador, são bem distintas daquelas estruturadas na lógica da “indústria cultural”. Mais adiante neste texto traremos alguns exemplos de projetos artísticos que transitam entre produção musical e artes gráficas. 3. Experiência estética, Interpretação e estética da recepção O pensamento de Mikel Dufrenne tem nos despertado interesse nos últimos anos. De sua obra…

questionando a especificidade e a exclusividade que caracteriza cada domínio. Entre as críticas produzidas pelo Superflex encontra-se subjacente a censura do sistema capitalista hegemónico que emerge sistematicamente em qualquer dos domínios tocados pelos projectos do grupo. 1 Designação do Superflex. 1 Nas acções performativas do Superflex os grupos sociais que integram a encenação teatral são, também, os primeiros espectadores ‘arrastados para dentro do círculo mágico da…

sentido em que tem uma acção distanciadora no espectador em relação à vida real. O aumento da condenação do espectáculo levou a uma nova concepção do teatro, despolentando num conjunto de movimentos que afirmam e defendem o espaço do teatro como um espaço de proximidade, que abalava a quarta parede e convidava o público a participar. O exemplo apresentado veio no sentido de demonstrar como é diferente essa experiência de proximidade e interacção que chega até aos dias de hoje, em relação…

1. APRESENTAÇÃO DO AUTOR O autor Jacques Ranciere nasceu em Algiers em 1940. É formado em filosofia. Escreveu obras como: O mestre ignorante, Os nomes da história e o espectador emancipado. 2. BREVE SÍNTESE DA OBRA A obra O mestre ignorante trata-se de um professor que tem a missão de licenciar uma turma de Literatura. O grande problema encontrado é que o mestre é francês e os alunos holandeses, então existe a…

disciplinas de história e filosofia à teoria política, literatura, história, arte e cinema. Para Jacques Rancière, política e arte têm uma origem comum. Em suas obras, o filósofo francês desenvolve uma teoria em torno da “partilha do sensível”, conceito que descreve a formação da comunidade política com base no encontro discordante das percepções individuais. A política, para ele, é essencialmente estética, ou seja, está fundada sobre o mundo sensível, assim como a expressão…