Do ‘mal-estar na civilização’ ao mal-estar na organização: um percurso

segmentos de produção, como fábricas e as cadeias de fast food. Compatível com os ideais científicos da modernidade, tal teoria visa a anulação subjetiva para a racionalidade vigorar. A Psicologia aplicada às organizações, baseada na Psicologia Comportamental, atua por meio de práticas que objetivam exterminar os conflitos entre os empregados em prol da produtividade e do bem-estar. John Watson (1878-1958), um dos precursores da teoria behaviorista, acreditava que a psicologia somente seria considerada confiável quando limitada ao estudo do comportamento observável. Edward L. Thorndike (1874-1949), outro precursor dessa teoria, afirmava que o 15 comportamento tende a se repetir se reforçado positivamente ou se eliminado o reforço negativo. A partir da década de 90, as empresas passaram a crer que funcionários “felizes” são mais produtivos e, com isso, introduziram práticas com foco no recrutamento, seleção, remuneração, benefícios, premiações, treinamento e desenvolvimento dos sujeitos e de gestão da saúde organizacional, na sua maioria, baseadas nas premissas da psicologia comportamental. Chauí (2004) afirma que A organização do processo de trabalho nas indústrias apresenta-se como científica porque é baseada em conceitos da psicologia, da sociologia, da economia, que permitem dominar e controlar o trabalho humano em todos os aspectos (controle sobre o corpo e o espírito dos trabalhadores), a fim de que a produtividade seja a maior possível para render lucros…