Portugues instrumental

poderiam ser incluídas as línguas especiais (técnicas ou profissionais) e as gírias. As línguas especiais como o economês, o computês, o sociologuês, o politiquês e o peemês, para citar apenas algumas delas, surgem da necessidade que cada grupo tem de dispor de um instrumento lingüístico próprio ao seu conhecimento e à sua ação. Essas línguas caracterizam socialmente os diversos grupos de áreas profissionais diferentes e têm um léxico preferencialmente unívoco, bem definido e preciso. A propósito de línguas especiais, o jornal O Globo (14 ago. 1994. p. 14.) trouxe interessante artigo de Múcio Bezerra, sob o título ‘Peemês, o dialeto que só os policiais militares compreendem’ , donde extraímos algumas expressões e termos próprios da linguagem corrente da Polícia Militar do Rio de Janeiro, no ano de 1994: o PM diz elemento em vez de pessoa; viatura em vez de carro; diligência em vez de investigação; positivo em vez de sim; negativo em vez de não; deslocar em vez de andar; lavrar a ocorrência em vez de registrar um fato; autuar em vez de multar; Doutor Delpol em vez de Delegado de Polícia. As gírias, ao contrário do que acontece com as línguas especiais, estão presentes em todas as atividades e em todos os lugares, com o seu léxico marcado pela plurivocidade (imprecisão conceitual), característica corrente da língua comum, que deve ser aqui entendida como a língua conhecida de todos os falantes de uma comunidade lingüística. Quanto aos fatores…