Gilberto Velho

sociedade O meu trabalho de campo, propriamente dito, e os principais focos de minha atenção tem se localizado no meio urbano, particularmente na grande metrópole. Reza a lenda que quando o sociólogo canadense Ervin Goffman esteve no Brasil, Gilberto Velho, que o ciceroneava, resolveu ensinar-lhe um suposto código de etiqueta a ser aplicado no contato com cariocas. Autor de “A representação do eu na vida cotidiana”, sempre interessado em gestos e formas de expressão, Goffman era a “vítima” perfeita para a piada. Diz-se que o código estipulava formas estapafúrdias, porém discretas, de saudar, olhar e se comunicar. Não se sabe se a história de fato ocorreu, mas o certo é que estão nela os traços marcantes da típica picardia de Gilberto Velho. — Ele realmente gostava de fazer pegadinhas. Inventava personagens, ligava fazendo sotaques, sempre comentava sobre uma suposta antropóloga húngara que viria para jantar conosco — lembra o antropólogo Peter Fry. — Acredito que o senso de humor dele era uma maneira de se distanciar, criar estranhamentos. Uma coisa bem antropológica, de certa forma. Para ele, a “desordem criativa” que regia o móvel possibilitava descobertas aleatórias e podia ser vista como uma expressão da postura que Gilberto mantinha frente à vida. A bagunça fez com que, um dia, chegasse às mãos do visitante, por puro acaso, um texto do crítico literário Antonio Candido. Caso os papéis estivessem organizados, Becker provavelmente jamais teria se…

influência que tem o discurso na construção do eu. Além dessa proposta, também temos a intenção de salientar uma questão levantada por Ervin Goffman: Tocar na questão do estuda da fala correlacionado com o seu contexto social e seus atributos. Como diz Bruner, (1996): “O que as pessoas fazem nas narrativas não é por acaso, nem estritamente determinado por causa e efeito; o que elas fazem é motivado por crenças, desejos, teorias, valores e outros “estados intencionais”. Dessa forma,…

todo o diálogo. Lançando-se a partir de uma entrevista retirada de um talk show, este trabalho demonstra como se pode usar-se da polidez – ou de sua falta – propositalmente, o que anuncia que, mais do que produzir efeitos na construção de enunciados cotidianos, a polidez e o seu contrário revelam-se, também, em exibições públicas, especialmente como táticas de discurso. Assim, correlacionando princípios de polidez e de preservação da face, este trabalho destina-se a incluí-los no…

integrariam ao mundo ocidental  Fim da antropologia Antropologia perde o objeto: 1. extinção 2. aculturação Crise da antropologia  Antropologia enquanto ciência foi atrela historicamente ao modelo capitalista de produção, com a expansão colonial e com o racionalismo ocidental, fruto e herança do Iluminismo.  resultado: relações desiguais e racismo Estigma  Segundo o sociólogo Ervin Goffman (1988), a diferença quando conota um sentido negativo está ligada aos…

Etyelle Pinheiro de Araújo Análise da Narrativa: “Pra quê que serve o vigia, né?” Trabalho Final apresentado à professora Liliana Cabral Bastos na disciplina Análise da Narrativa no programa de Mestrado em Estudos da Linguagem - LET 2411 Rio de Janeiro Junho de 2013 Resumo As narrativas estão presentes em nossa vida. A todo o momento nos deparamos com histórias, estamos sempre ouvindo e contando histórias para os outros. Seja no ponto de ônibus, numa…

Introdução ao Pensamento Antropológico Unidade II 5 Descolonização da África, Imigração e multiculturalismo O processo de descolonização é um dos fatores mais importantes no que concerne à formulação das questões fundamentais da antropologia atual, uma vez que desencadeou uma transformação políticoconceitual intimamente relacionada ao processo de autocrítica – processo este que se mostrou necessário para a própria sobrevivência da disciplina. Novas formas de representação foram…

impossibilidade física de estar em todo lugar, onipresença –, incluemse também fatores como a filtragem de informações realizada deliberadamente pelas partes processuais. É o que ocorre diante da impossibilidade de se aferir se a testemunha está dizendo a verdade – no sentido de exprimir o que realmente vivenciou – ou se se trata de uma falsidade deliberada, como em Hannah Arendt30; essas situações levam os magistrados a inferências baseadas em experiências passadas, prejulgando, pois…

ciências naturais?" Enquanto as ciências naturais explicam (erklären), as ciências sociais compreendem (verstehen). Compreendem não somente textos e discursos, mas qualquer "objetivação" significativa ou "expressão" da vida humana: gestos, ações, nossa própria vida ou de outrem, pinturas, instituições, sociedades, eventos passados. Existem dois tipos de compreensão. Primeiro, a compreensão de expressões simples como um discurso, uma ação, um gesto ou o medo. Aqui não há qualquer abismo…

3º Examinador: ______________________________________________ 4º Examinador ______________________________________________ 5º Examinador Salvador, ____de ______________de 2008. As nossas esposas: Fabiana e Valéria, e aos nossos filhos: Amanda, Vítor, Yuri e Yan, por entenderem a importância deste curso para nossa vida…

passaremos a descrever: Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora InterSaberes. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. (1.1) 1. A desigualdade é um fenômeno social – As desigualdades de gênero, raça e etnia não são fatores biológicos ou naturais, mas sim artificiais, no sentido de serem uma criação humana. 2. A desigualdade é um…