Ecos Da Marselhesa

borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... E a mesma vez repete-me terrível, Com gargalhar sarcástico: —impossível! Eu sinto em mim o borbulhar do gênio. Vejo além um futuro radiante: Avante! —brada-me o talento n'alma E o eco ao longe me repete—avante!— O futuro... o futuro... no seu seio... Entre louros e bênçãos dorme a glórial Após—um nome do universo n'alma, Um nome escrito no Panteon da história. E a mesma voz repete funerária: — Teu Panteon—a…

do corpo docente do King’s College de Cambridge, entre 1940 e 1955, e é catedrático de História da Faculdade de Birbeck da Universidade de Londres desde 1959. Entre seus livros publicados, destacam-se: A era das revoluções, O novo século, Ecos da Marselhesa, Sobre história e A era dos extremos. Neste texto, parte da obra Da revolução industrial inglesa ao imperialismo, o autor descreve a Grã-Bretanha no período que antecede a Revolução Industrial. Caracteriza Londres como uma…

Galiza estivo mui presente a simbologia e militância patriótica galega: em Ourense, no 14 de abril há umha grande manifestaçom, com bombas de palenque, rupturas de quadros do rei de Espanha e içado de bandeiras galegas ao som, curiosamente, da marselhesa e o hino galego. Em Compostela, a bandeira galega também se iça ao lado da tricolor. Por palavras do nacionalista Jaime Ilha Couto: “Figemos, entom, um grupo escolar ao serviço da República. E eu proclamei a república quatro horas…

revolucionários; tornaram-se cada vez mais frequentes”. Como era proibido aos militares assistirem às reuniões dos operários, estes começaram a comparecer em massa nas dos militares. Juntavam-se aos milhares. A ideia de uma ação comum encontrou um enorme eco. As companhias mais conscientes elegeram delegados. As autoridades militares decidiram então tomar medidas. Alguns oficiais tentaram pronunciar discursos “patrióticos” nas reuniões, mas os resultados foram desastrosos: experientes…

agnóstica, na falta de uma verdadeira moral política e social que prosperam os novos fanatismos clericais”. Uma religião cívica e uma espiritualidade laica? A questão é somente alterada. Pretender que cursos de instrução cívica e o canto obrigatório da Marselhesa sejam suficientes para reter o crescimento das “identidades obscuras” é ainda se imobilizar em uma linha Maginot ideológica tanto insignificante quanto ilusória frente às pesadas tendências da época. É urgente compreender…

violenta, raramente faz correr sangue. Na segunda metade de Julho insere-se | |nestas revoltas o Grande Medo, movimento semelhante e ao mesmo tempo diverso que atingirá mais de metade do território francês. Este pânico| |colectivo [...] constitui o eco distorcido das revoluções urbanas reflectido nos campos. [...] [O Grande Medo] realiza a mobilização das | |massas camponesas, simbolizando a sua entrada oficial na Revolução. [...]

detalhe em itálico (lembremos a função do detalhe), inaugurando uma série com outros pontos aqui e ali, dispersos ao longo da história, destaques discretos que indicam que o outro o observa o tempo todo, que a voz do outro vai constituindo-se em um eco de sua própria voz, o mesmo com a aparência física, e assim com outros elementos ao longo da narrativa. O estranho adversário passa a intervir na vida do primeiro, atrapalhando a realização de seus amores, de suas ambições, no exercício de…

apoplexia, ou preferias adoecer primeiro?”, diz Danton a Lacroix. Sofrer é um pensamento insuportável: “Não tenho medo da morte, da dor sim”, diz Laflotte, ela “é o único pecado e o sofrimento o único vício”. Esta presença constante da morte encontra um eco na correspondência de Büchner quando tem de sair de Estrasburgo e regressar a Hesse: é assaltado por interrogações sobre o sentido da vida, a ponto de se ter falado de uma profunda depressão. O que o rodeia em Darmstadt…

melancolia. Uma ocasião, deitado ao pé da janela de seu quarto, pensava em Graziella. À tarde precipitava-se no crepúsculo, e enchia a natureza de tons plangentes e doloridos. A um canto da rua um italiano tocava uma peça no seu realejo. Era a Marselhesa. Amâncio conhecia algumas passagens da revolução de França: lera os Girondinos, de Lamartine. E a reminiscência do sentimentalismo enfático dessa obra, coada pela retórica poderosa da música de Lisle, trouxe-lhe aos nervos um…

sobrancelha para cima que um saxofone trágico sublinha. E teríamos recuperado dessa forma um pouco da infância que a nenhum de nós pertence, e teima em descer pelo escorrega num riso de que nos chega, de longe em longe e numa espécie de raiva, o eco atenuado. Lembra-se das águias de pedra da entrada do Jardim e das bilheteiras semelhantes a guaritas de sentinela onde oficiavam empregados bolorentos, a piscarem órbitas míopes de mocho na penumbra úmida? Os meus pais moravam não muito longe,