bocage

borboletas de mil cores! Se acusas os mortais, e os não abrigas, Se (conhecendo o mal) não dás a cura, Deixa-me apreciar minha loucura, Importuna Razão, não me persigas. Naquele arbusto o rouxinol suspira; Ora nas folhas a abelhinha pára. Ora nos ares sussurrando, gira. É teu fim, teu projecto encher de pejo Esta alma, frágil vítima daquela Que, injusta e vária, noutros laços vejo. Que alegre campo! Que manhã tão clara! Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira, Mais tristeza que a morte me causara. Queres que fuja de Marília bela, Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo É carpir, delirar, morrer por ela. Sátira Soneto do pregador pecador Influencia da revolução francesa Liberdade onde estás? Bojudo fradalhão de larga venta, Abismo imundo de tabaco esturro, Doutor na asneira, na ciência burro, Com barba hirsuta, que no peito assenta: Liberdade onde estás? Quem te demora? Quem faz que o teu influxo em nós não caia Porque (triste de mim!), porque não raia Já na esfera de Lísia a tua aurora? No púlpito um domingo se apresenta; Pregas nas grades espantoso murro; E acalmado do povo o grão sussurro O dique das asneiras arrebenta. Da santa redenção é vinda a Hora A esta parte do mundo, que desmaia. Oh!, venha... Oh!, venha e trémulo descaia Despotismo feroz, que nos devora! Quatro putas mofavam de seus brados, Não qu'erendo que gritasse contra as modas Um pecador dos mais desaforados: Eia! Acode ao mortal…

Nem cedro, nem pau-santo mais negreja! Para carvalho ser falta-lhe um U; [carualho] Adivinhem agora que pau seja, E quem adivinhar meta-o no cu. SONETO DA PUTA NOVATA Dizendo que a costura não dá nada, Que não sabe servir quem foi senhora, A impulsos da paixão fornicadora Sobe da alcoviteira a moça a escada. Os seus desejos lhe pinta a malfadada, E a tabaquanta velha sedutora (envolta em tabaco) Diz-lhe: "Veio menina, em bela hora, Que essas que tenho, já não ganham nada".…