“BUNDA NA CADEIRA E CADEIRA NA BUNDA”: O PAPEL DOS ESTUDANTES NA GESTÃO ESCOLAR
Resumo: O objetivo deste trabalho é mostrar através do paradigma anarquista em educação como é inviável desenvolver uma concepção autogestionária de organização escolar enquanto o ensino tem caráter autoritário. Para isso foi realizado uma leitura bibliográfica de autores como Gallo e Ferreira além de pesquisa empírica realizada em um colégio estadual.
Palavras Chaves: Autogestão escolar – Autoritarismo – Pedagogia Libertária
Introdução
Para demonstrarmos as concepções anarquistas em educação primeiramente vamos refazer um pouco do nascimento da anarquia e demonstrar como a educação, desde a sua gênese, ganhará um papel importante como instrumento de libertação do ser humano contrapondo ao projeto de educação da sociedade capitalista que assume uma feição autoritária.
É possível falar em anarquismo, como uma concepção política e social, a partir de meados do século XIX em que Pierre-Joseph Proudhon lança sua obra “Que é a propriedade?” e alguns anos mais tardes essa passa a ser sistematizada por Bakunin. Contudo é possível analisar aspectos libertários em autores como William Godwin, no final do século XVIII e dos Enragés, grupo mais radical do período da Revolução Francesa que já demonstram naquele momento que os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade não passam de uma farsa.
O anarquismo não é uma concepção monolítica, ela possui várias vertentes que foram surgindo ao longo do tempo, mas todos têm em comum os seguintes aspectos:
1. Autogestão: é à base do anarquismo. Fundada no ideal de liberdade e democracia direta, neste regime de “administração” não há comandantes nem comandados, as decisões são tomadas em conjunto visando o bem comum.
2. . Educação Libertária: os anarquistas vêem na educação um processo de emancipação dos indivíduos, acreditando que por esta via podem lançar as bases de uma nova sociedade.
3. Ação Direta: é o principal meio de atuação