ética
A ÉTICA A NICÔMACO APLICADA NOS TRIBUNAIS DO BRASIL
Autor(es)
EDILSON ANTEDOMENICO
Orientador(es)
EVERALDO TADEU QUILICI GONZALEZ
1. Introdução
A ética de Aristóteles, especificamente a Ética a Nicômaco, é a obra filosófica da antiguidade melhor e mais detidamente estudada.
Também é a primeira análise de que podemos denominar estrutura do pensamento humano. Em que pese a importância dos poemas homéricos, para a identificação do comportamento moral do homem grego, é na práxis do homem que vive na polis o objeto de estudo e reflexão da ética aristotélica (MARISCO, 2007).
Tão importante e avançado foi o conceito de justiça elaborado por Aristóteles, àqueles remotos mas áureos tempos da Grécia antiga, que ainda hoje suas lições encontram-se em plena harmonia com os princípios de igualdade e eqüidade direcionadores de quase todos os ordenamentos jurídicos do mundo contemporâneo (NUNES, 2000).
De acordo com Aristóteles, relatando a opinião geral, “a justiça é aquela posição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo; e de modo análogo, a injustiça é a disposição que leva as pessoas a agir injustamente e a desejar o que é injusto”.
Ainda hoje o Livro V da Ética a Nicômaco de Aristóteles é o ponto de partida para qualquer reflexão séria sobre a questão da justiça.
O cerne da justiça é, ensinava ele, a igualdade (KAUFMAN, 2004).
O filósofo compreendia a justiça como parte da ética, sendo uma das virtudes mais importantes para a condução do comportamento humano, tanto em seus aspectos psicológicos quanto em seus aspectos sociais (BITTAR, 2001).
Desse modo, a justiça pode ser considerada parte da ética (quando se fala em justiça particular) ou a própria ética na sua totalidade
(quando se fala em justiça universal). A justiça é a principal de todas as virtudes, pois deve ser praticada em relação à própria pessoa, sujeito de suas ações, com também em relação ao próximo (GONZALES, 2005).