Ética
ÉTICA
1) Características fundamentais de ética das virtudes (Aristóteles) e da ética do dever (Santo Agostinho).
Para Aristóteles, tudo no mundo era explicado por quatro causas inteiramente responsáveis pela existência de algo. Quais sejam: causa material, ou de que algo é feito; a causa formal, ou a disposição ou forma de algo; a causa eficaz, ou como algo é levado a existir; e a causa final, ou a função ou o objetivo de algo. E é esse último que se relaciona com a ética. Um exemplo de causa final: o olho, que tem como função o ver. Conhecer a finalidade de algo implica saber o que é uma versão “boa” ou “má” de algo: o olho bom, por exemplo, enxerga bem.
No nosso caso, uma vida “de bem” é, portanto, uma vida na qual cumprimos nosso objetivo ou usamos ao máximo todas as características que nos tornam humanos. Uma pessoa pode ser considerada “virtuosa” ou “de bem” se usa as características com as quais nasceu, e só pode ser feliz ao usar toda a sua capacidade em busca da virtude – a forma mais elevada do que, para Aristóteles, é a sabedoria. O que nos leva à questão sobre como podemos reconhecer aquilo que chamamos de virtude – e, segundo Aristóteles, a resposta é por meio da observação. Compreendemos a natureza da “vida virtuosa” ao vê-la nas pessoas à nossa volta.
“Se Deus é inteiramente bom e todo-poderoso, por que há o mal no mundo?” Agostinho defendia que, embora tenha criado tudo que existe, Deus não criou o mal porque o mal não é algo, mas a falta ou deficiência de algo. E para responder isso, sua idéia girou em torno de que o ser humano é um ser racional. E para que Deus criasse um ser racional, tinha de lhes dar livre-arbítrio, e por conseqüência deixar livre a possibilidade de escolha entre o bem e o mal. “A racionalidade é a capacidade de avaliar as escolhas por meio do processo de raciocínio”. E esse processo só é possível onde há liberdade de escolha, incluindo a liberdade de se escolher o