Ética
Os dias – ou quem sabe as horas – passam e as conquistas tecnológicas estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano. Este aspecto é motivo de regozijo para alguns – especialmente seus idealizadores – que defendem arduamente que o bem-estar do homem está inexoravelmente atrelado ao desenvolvimento científico-tecnológico. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, apesar de todas as conquistas e ufanismos proporcionados por este rápido desenvolvimento científico-tecnológico, os problemas sociais se agravam a cada dia. A humanidade se ressente de uma política social mais atrelada às conquistas do homem no campo científico-tecnológico. Estas conquistas, geralmente financiadas pela sociedade como um todo, não raras vezes são desfrutadas por uma pequena parcela que domina – e aqui dominar não significa possuir, ser conhecedor, e sim detentor – hegemonicamente o conhecimento. Não é necessário descrever todos os antagonismos no que diz respeito à distribuição de renda e, por que não dizer, do saber entre as pessoas para constatar que algumas coisas estão erradas nesta dita “civilização” do século XXI. Afinal, por mais piegas que possa parecer a afirmação de cunho político, é indispensável lembrar que qualquer produção humana só tem sentido se o seu objetivo for o bem-estar dos homens. [...] A busca a uma resposta positiva a esta preocupação com o caráter humanístico – que reúne em seu cerne questões epistemológicas, sociais, políticas e pedagógicas – pode estabelecer, quem sabe, a filosofia como procedimento de vida e não apenas uma disciplina estanque como formadora de grades curriculares. Este acontecimento redundaria em uma nova postura pedagógica nas escolas de engenharia. Ainda mais, isto pode e deve ser feito através do aprimoramento da formação de professores dentro dos cursos de pós-graduação de mestrado e doutorado. Isto provocará uma onda de proporções geométricas em direção a um problema que está se tornando insuportável, e