De início, o autor afirma que atualmente “vivemos uma crise mundial de valores”, e isso se deve ao estado competitivo dominado pela economia que leva o homem a se organizar em volta de interesses próprios ao invés de voltar-se para o “direito e justiça”. Religião e razão são identificadas como fontes que orientaram e orientam ética e moralmente as sociedades ao longo da história até hoje. As religiões são valorosas para manter a humanidade. São pensadores como Samuel P. Huntington, reconhecendo a religião como força central que motiva e mobiliza as pessoas, e Hans Kung, outro que diz ser a religião uma base para se construir “uma ética global para a política e economia mundiais”, que afirmam essa conclusão a respeito da religião. Por sua vez, a razão vem com a tentativa de “estatuir códigos éticos universalmente válidos”. Para explicar a fonte da ética originada pela afetividade rejeita-se a razão como raiz da espiritualidade e aceita-se a paixão, pelo qual adquire-se valores para nos movermos e vivermos. No entanto, a razão tem função de ordenar e disciplinar a paixão, juntas se autodesenvolvem na justa medida. Difundem a ternura e o vigor capazes de dar vida a uma ética que se estrutura através de valores fundamentais e responsabilidades. A cultura dominante é materialista, o que afasta o comportamento ético e a possibilidade de nos reunir, consequentemente, enaltece o poder e se autodestrói. Para analisar essa crítica vale estudar duas palavras gregas Ethos e Daimon. Ethos é a morada humana, enquanto Daimon é o anjo bom. A morada é o cantinho sagrado, imaterial e anjo bom atua nesse interior. Heráclito, filósofo pré-socrático, traduz o significado dos termos Ethos e Daimon em um saber: a morada é a ética e o anjo bom é o sentimento pelo justo. Esse sentimento faz com que moremos felizes no espaço em que vivemos. Segundo os filósofos Platão e Aristóteles, Kant e Shopenhauer as normas