Ética e Cultura Religiosa

1896 palavras 8 páginas
É possível que haja uma moralidade sem religião? É necessário existir um deus ou deuses de modo a que isso se torne indispensável para a moralidade? O fato de que algumas pessoas não são religiosas, as impedem de ser, automaticamente, morais? E se a resposta a estas questões exigirem a crença em uma divindade, qual das religiões é o real fundamento para a moralidade? A grande constatação é que ao olhar-se o quadro mundial dos dias de hoje, é possível afirmar que existem conflitos em número equivalente ao das religiões e pontos de vista religiosos.

A religião é uma das mais antigas instituições humanas. Há, por exemplo, pouca evidência de que a linguagem tenha existido em tempos pré-históricos, mas temos evidências claras de que práticas religiosas já eram interligadas com expressões artísticas e de que leis ou tabus exortavam os seres humanos daquela época a comportarem-se de certas maneiras. Naqueles tempos primordiais a moralidade estava implantada nas tradições, hábitos, costumes e práticas religiosas de cada cultura.

Além disso, a religião servia (como o fez até bem recentemente) como a mais poderosa das sanções para manter as pessoas, moralmente bem comportadas e obedientes. As sanções de recompensa ou punição tribal eram desprezíveis ao lado da idéia de uma punição ou recompensa tão grande, que poderia ser mais terrivelmente destrutiva ou mais deliciosamente compensadora do que qualquer outra que os simples mortais pudessem oferecer.

Entretanto, o fato de que a religião possa ter precedido qualquer código legal formal, ou sistema moral separado, na história da raça humana, ou por que possa ter fornecido sanções poderosas e efetivas, para um comportamento moral, não prova de modo algum, que a moralidade deva ter, necessariamente, uma base religiosa. Meu argumento é, precisamente, o de que, por múltiplas razões, a moralidade não necessita e, de fato, não deve ser baseada somente na religião, muito embora, como adverte Fabri dos Anjos, a religiosidade

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