Ética teleológica e deontológica
Este trabalho pretende mostrar a relação entre teleologia e deontologia, sob o ponto de vista de Aristóteles e Kant. Objetiva, ainda, fazer uma classificação dos conceitos utilizados nessa relação. O presente trabalho revela que para interrelacionar as propostas da ética teleológica (Aristotélica) e a deontológica (kantiana) é preciso retomar a estrutura conceitual desenvolvida por Ricoeur, ou seja, a tese da primazia da ética sobre a moral.
1. INTRODUÇÃO
Será possível unir uma filosofia prática estabelecendo a primazia da ética sobre a moral? Relacionando duas correntes tradicionais da filosofia ocidental, a saber, a ética aristotélica e a moral kantiana, Paul Ricoeur desenvolve, em sua obra O si-mesmo como um outro, a defesa de tal possibilidade. Porém, cabe ainda a pergunta: que papéis desempenham em sua proposta essas duas correntes da filosofia prática, sabidamente inconciliáveis entre si?
Do ponto de vista que se pretende defender, parece certo dizer que o autor executa uma relação entre a tradição teleológica e a deontológica. Não obstante, é preciso antes distinguir que esta relação apenas se processa num segundo momento que se pode identificar como o momento reflexivo-discursivo, em que os sujeitos particulares estão inseridos. Num primeiro momento, contudo, a ética precede a moral, o que significa dizer precisamente que o mundo-da-vida-ético ou o mundo-pré-reflexivo-discursivo é anterior ao sujeito de um discurso particular datado.
A perspectiva ética corresponde a três momentos em que, a partir deles, será estabelecida a relação entre a norma moral e a perspectiva ética. São eles: visar à vida boa com e para o outro nas instituições justas.
2. VISÃO ARISTOTÉLICA E KANTIANA A ÉTICA TELEOLÓGICA, defendida por autores como ARISTÓTELES é uma Ética consequencialista. Isto significa que a boa ação se deve medir pelas consequências. Ou seja, o fim da ação é o que determina todo o agir. E o fim