Ética na educação
A discussão ética há muito vem sendo travada no âmbito da cultura ocidental (OLIVEIRA; CANEN; FRANCO, 2000). A ética é uma referência no mundo dos direitos, mas também no mundo dos deveres, pois, através dela definimos ideais, valores, modos de estar e, essencialmente, modos de ser. Assim, a ética deverá ser o foco essencial na identidade das pessoas.
A ética, como tantas outras coisas na vida, não é algo que nos é dado, é algo que se constrói. No contexto daquilo que podemos entender como a ética social, a ética pública e das profissões, estamos falando de algo que deverá contemplar o sentido plural dos valores, da diversidade do pensamento e também da ação. Ao redor desta ética deverá existir um determinado número de princípios básicos, consensuais, muitos deles, aliás, por nós reafirmados nos últimos anos em relação à educação: do que significa construir uma sociedade democrática, solidária, justa, igualitária (GOMEZ, 2007, s/p).
OS CONCEITOS DE ÉTICA PARA OS DIFERENTES PENSADORES/AS: DA ANTIGUIDADE A CONTEMPORANEIDADE
Como diziam alguns filósofos gregos no século VI a. C., a ética é a morada do homem. Etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos que significa modo de ser ou caráter. Para eles, o ethos representava o lugar que abrigava os indivíduos-cidadãos, aqueles responsáveis pelos destinos da pólis (cidade). Nessa morada, os homens sentiam-se em segurança. Isso significa que, vivendo de acordo com as leis e os costumes, os indivíduos poderiam tornar a sociedade melhor e encontrar nela sua proteção, seu abrigo seguro. “A ética aparece, assim, como resultado das leis determinadas pelos costumes e das virtudes e hábitos gerados pelo caráter dos indivíduos” (PEQUENO, 2011, p.2).
O ethos grego corresponde ao latim mos (mores), derivado do termo moral. Ética e moral são palavras que significam, em sua origem, a mesma coisa, pois dizem respeito ao modo como os indivíduos devem agir em relação ao outro no espaço em que vivem.