Águas subterraneas
O caráter sagrado da água foi inspirado tanto pelo poder dos rios como pela água como uma força vital. T. S. Eliot escreveu uma vez sobre o rio Mississippi-, "Não conheço muita coisa sobre os deuses, mas acho que o rio é um deus marrom”.
No seu livro Águas sagradas, Janet e Colin Bord listam duzentos poços antigos e sagrados da Inglaterra, do País de Gales, da Escócia e da Irlanda, que sobreviveram até os tempos moderno.
A devoção espiritual aos rios foi varrida da Europa com o advento do cristianismo. A nova religião' classificava a adoração como paganismo e a denunciava como uma abominação.
Em 960 d.C., o rei saxão Edgar promulgou um decreto exigindo que "todo padre promovesse o cristianismo de forma diligente, extin¬guisse o paganismo e proibisse a adoração de fontes"
No século 15, o Oficial de Registros da Catedral da Diocese de Hereford promulgou um decreto banindo a adoração de poços e outras fontes de água em Tumaston, Inglaterra: Apesar de estar estabelecido nas leis divinas e nos cânones sagrados, todos aqueles que adorarem uma pedra, uma nascente ou outra criatura de Deus, incorrem na acusação de idolatria. Nos chegou aos ouvidos, nos entristece dizer, dos relatos de muitas testemunhas críveis e do relato comum do povo, que muitos dos nossos fiéis estão visitando em grande número um certo poço e uma pedra em Turnaston em nossa diocese, onde com genuflexões e oferendas, sem a permissão da Igreja, adoram de forma equivocada os referidos poço e pedra, e desta forma cometem o pecado da idolatria. Quando a água seca, eles levam consigo a lama do local, a tratam e a mantêm como uma relíquia, com grande risco para suas almas e como um exemplo pernicioso para os outros. Por esse motivo, suspendemos o uso dos referidos poço e pedra e sob pena de uma maior excomunhão proibimos nosso povo de visitar o poço e a pedra para adorá-los.
Dando "valor" à água.
A palavra valor é derivada do termo latino valere e significa "ser