Água para diversos fins
No Brasil, o clima predominantemente tropical e a dimensão do território brasileiro contribuem para o país deter uma das maiores reservas de água doce do mundo, contando com 12% da quantidade de água doce superficial disponível no planeta. Ainda assim, o Brasil não tem um serviço de saneamento básico adequado a todo esse potencial. De acordo com o Ministério das Cidades, no ano de 2010, apenas 46,2% da população brasileira possuía coleta de esgoto. Na região Norte, que concentra 70% das reservas brasileiras de água doce, os dados são ainda mais alarmantes: apenas 6,2 % dos domicílios são equipados por esse serviço.
A necessidade por um planejamento integrado de políticas públicas e um maior engajamento da sociedade precisa ter como referência uma legislação ambiental adequada. Essa legislação está amparada em um conjunto de normas gerais que identificam o padrão de qualidade das águas a partir de critérios técnicos. De acordo com o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a qualidade das águas pode ser medida de acordo com diferentes critérios e que podem ser adaptados pelos órgãos estaduais. A ANA (Agência Nacional das Águas) identifica sete índices principais utilizados no país:
1. Índice da Qualidade das Águas (IQA):Criado no ano de 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation. Desde o ano de 1975, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) passou a utilizá-lo e, nos dias atuais, é o indicador mais utilizado no Brasil. Seu maior objetivo é avaliar a qualidade da água bruta para o abastecimento da população. Esse indicador analisa a contaminação da água por esgotos domésticos, desconsiderando, por exemplo, a presença de substâncias tóxicas. Os parâmetros utilizados são de ordem física, química e microbiológica. São eles: oxigênio dissolvido (OD) demanda bioquímica de oxigênio (DQO), coliformes fecais, temperatura da água, ph da água, nitrogênio total, fósforo total, sólidos